COMO A TEMPORADA 1981/82 COMEÇOU A SER PREPARADA, COM JOSÉ MARIA PEDROTO AO LEME E A TODO O VAPOR COM VÁRIAS E IMPORTANTES RESOLUÇÕES...

A temporada de 1981/82 no Vitória foi de aposta na continuidade. Com efeito, a grande ruptura houvera sido levada a cabo no ano anterior, quando a direcção liderada por Pimenta Machado, num golpe de asa, resolvera contratar o treinador José Maria Pedroto.

Na época seguinte, como a imagem que ilustra estas linhas documenta, o mesmo teria o seu contrato renovado, ainda que a Santíssima Trindade composta por si e pelos adjuntos Artur Jorge e António Morais ficasse depauperada, visto só este último permanecer na Cidade Berço.

Como escreveu a Bola de 06 de Junho de 1981 tratou-se de um acto levado a cabo com pompa e circunstância, pois "a circunstância de ter sido dito que Pedroto seria um trunfo na manga de Fernando Martins, o novo presidente do Benfica, fez com que a simples legalização do acto fosse envolvida de um certo cerimonial, que meteu fotos para a história dos intervenientes."

Para além disso, o Vitória anunciava doze reforços, dos quais se destacavam o guarda-redes Jesus, o defesa Murça e o avançado Carraça, bem como o regresso de empréstimo, proveniente do Mirandela, de Laureta.

Assim, os jogadores componentes da equipa deveriam apresentar-se a 08 de Junho de 1981 no estádio para a realização dos indispensáveis exames médicos, sendo que o período de preparação deveria ser encetado no dia seguinte. Ao contrário do que hoje sucede, a realização de um estágio muito longe de Guimarães, bem como procurar o maior luxo possível não eram tidos como necessários, pois a preparação desse ano iria decorrer na Penha, podendo os atletas pernoitar em casa.

Quanto à verba destinada para o futebol, segundo dizia o presidente-adjunto do clube ao jornal A Bola, esta andava pelos 45 mil contos (225 mil euros), sendo que para se equilibrar a balança do clube ir-se-ia propor aos doze mil associados, que então existiam, um aumento de quotizações. Assim, os de bancada central passariam a pagar 250$00 em vez dos 150 que até aí pagavam, o da bancada central deveria pagar 170$00 em vez dos 100 de até então e os da superior 120 em vez dos 70$00 que pagara até esse ano. Além disso, iria "ser submetida, também, à discussão, votação e aprovação dos associados do Vitória minhoto uma proposta de alteração dos estatutos do clube (elaborada pelo seu actual presidente dr. António Pimenta Machado), na qual entre outras medidas, se sugere, por um lado, o termo da existência da Assembleia Delegada e da Comissão Consultiva, e por outro lado, se aponta para a criação de um Conselho Superior."

Além disso, o início desta temporada pressupunha reformulações no estádio. Assim, "no regresso de férias os profissionais do Vitória terão ao seu dispor um miniginásio devidamente equipado e confortável, além de um novo departamento médico (integrando uma sala de tratamento com nova aparelhagem) e um novo departamento de futebol que evitará as deslocações à sede, tornando-se assim mais funcional." Além disso, a Câmara anunciava que iria proceder a obras de ampliação do estádio, aumenta a sua lotação em 8000 lugares de bancada central, bem como uma zona de cativos e de novos camarotes. Mais do que isso, iria ser um construído um novo campo de treinos, próximo do que existia na Unidade, e que iria permitir salvaguardar as condições do relvado do estádio.

Por fim, "soubemos ainda que a partir da próxima temporada futebolística os profissionais do Vitória de Guimarães passarão a ser calçados gratuitamente por "Campeão Português", que também oferecerá as bolas para treinos e jogos. Não é contudo a primeira vez, ao que nos foi dito. que aquela importante fábrica de calçado nacional (dirigida por adeptos do clube e trabalhando com moldes da marca francesa Le Coq Sportif) colabora com o Vitória."

A época começava a todo o vapor para a conquista de um lugar de relevo, o que iria suceder, ainda que com sabor a fel por não ter significado apuramento europeu... mas isso será outra história!

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