AQUELE JOGO EM SANTO TIRSO


 

Foi dos maiores espectáculos de uma temporada plena de futebol frenético, de ataque, "com a carne toda no assador".

Na verdade, aquele Vitória da temporada 1994/95, orientado por Quinito, jogava sempre para a frente, com a baliza posta nos olhos e merecia todos os elogios.

Porém, nesse 12 de Fevereiro de 1995, a receber os espectaculares Conquistadores, estava o Tirsense, nesse ano uma das grandes revelações do campeonato, orientado por Eurico Gomes e com jogadores como Caetano, Tozé, Marcelo ou Porfírio, ainda que com as baixas de Paredão e de Giovanella que faziam o clube de Santo Tirso sonhar com um inédito apuramento europeu e, por esses dias, igualado no quarto posto da tabela classificativa com o conjunto vitoriano.

Por essas razões, o jogo foi encarado com muita expectativa, fazendo com que, apesar da chuva forte desse dia, milhares de vitorianos rumassem à cidade vizinha para apoiarem os Conquistadores.

Ora, se o ambiente nas bancadas foi frenético, no campo, também, o foi. Um verdadeiro hino ao futebol, em que Quinito optou por escalar a seguinte equipa: Nuno; José Carlos, Matias, Tanta, Quim Berto; Pedro Martins, N'Dinga, Pedro Barbosa, Dane; Gilmar e Vorkapic.

O jogo, esse, começou com o golo da equipa "Jesuíta", numa das raras vezes em que o jovem guardião vitoriano não ficou isento das culpas. Porém, a equipa do Rei recompôs-se. Empatou de bola parada por Quim Berto, a castigar uma falta sobre Pedro Barbosa, autor de uma extraordinária jogada que parecia destinada a acabar em golo. Animou-se o Vitória, que chegaria ao intervalo a vencer, com um golo de Dane, após jogada de Vorkapic.

Porém, ainda antes do intervalo, o Tirsense daria a volta ao jogo, indo para o intervalo a vencer por três bolas a duas. Um recital de futebol de parte a parte, ainda que o resultado tivesse um travo a injustiça.

A segunda metade, essa, traria a merecida igualdade. Outra vez de livre (deverá ter sido a derradeira vez em que o Vitória marcou dois golos num jogo de livre directo), o brasileiro Emerson, a 35 metros da baliza, enviou um míssil que deflagrou nas redes contrárias, selando o empate a três, numa das melhores partidas desse ano futebolístico.

Ambas as equipas continuariam empatadas no quarto posto, ainda que o Vitória selasse um resultado que o iria, futuramente, ajudar a garantir esse posto.

Quanto ao espectáculo nas bancadas, valerá a pena citar o escrito no Notícias de Guimarães, sobre os Insane Guys: "No estádio deram o seu show, com gestos muito sincronizados, a merecer a atenção de todos os que estavam do lado oposto.

Incidentes? Nenhum! (...) Uma grande demonstração de que nem tudo é negativo nas claques."

Postagem Anterior Próxima Postagem