COMO, POR VEZES, UM MAU PRENÚNCIO NÃO SIGNIFICARÁ NECESSARIAMENTE UMA MÁ TEMPORADA...

O Vitória realizara nova aposta.

Com efeito, depois da partida do Velho Feiticeiro, Raymond Goethals, importava reformular a equipa, depois da aposta na juventude ter-se gorado.

Assim, a aposta para o banco recaiu em António Morais que houvera estado no Vitória durante duas temporadas como adjunto de José Maria Pedroto e que regressava a Guimarães para assumir o comando da equipa. Nas contratações, destaque para a chegada de um ponta de lança brasileiro, de nome Paulinho Cascavel, que chegava do FC Porto, por troca com o guarda-redes dos juniores, Best.

Porém, o início da temporada não augurou a excelência que se viveria, com os Conquistadores a conhecerem a derrota apenas à oitava jornada, em Braga, no derby do Minho, tendo chegado aí com cinco êxitos e dois empates.

Porém, antes dessa arrancada extraordinária que começou com um triunfo por uma bola a zero frente ao homónimo sadino, com golo de Roldão, a pré-temporada parecia suscitar preocupações, tal como era assumido pelo jornal A Bola, que após um jogo treino, contra o Desportivo das Aves, escrevia que "Noites de Insónia esperam António Morais."

Aliás, ia-se mais longe ao referir que "não pretendemos ser pessimistas, mas julgamos que termina por ser a opinião das pessoas... não restam dúvidas que muito há a fazer, que muita aplicação terá de surgir por parte dos elementos que compõe os dois conjuntos (o Vitória e o Aves) se não quiserem ter demasiadas preocupações ao longo da prova maior do futebol português."

Por isso, "não restam dúvidas é que tanto António Morais (...) irão ter muitas noites de insónia, muitas noites em que não conseguirão dormir a pensar como resolver determinados problemas..." Fundamentava isso "o futebol praticado foi incaracterístico, não há ligação indispensável entre os vários sectores, falta velocidade ao jogo e, o que é muito importante, não se discerniu grande inclinação para o remate."

Anteviam-se assim, dificuldades que nunca haveriam de ocorrer. Como tantas vezes aconteceu, os peritos do futebol português enganaram-se e aquele Vitória haveria de encantar e ambicionar o nunca antes conquistado... não o haveria de conseguir, graças a algumas arbitragens tenebrosas, como a de José Guedes na Luz, mas isso será outra história...

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