A ESTREIA DE MORAIS, COM UMA JOGADA TÁCTICA DE MESTRE A VALER TRÊS PONTOS...

Estávamos no início da temporada de 1985/86...

Goethals houvera partido, desancando Pimenta numa entrevista. Contudo, este não perdeu tempo e procurou recuperar algo da filosofia de Pedroto, que deixara saudades no Vitória, recrutando António Morais que fizera parte da Santíssima Trindade, também composta por Artur Jorge, naquela temporada de 1980/81.

Assim, procurava retomar um caminho que fora de sucesso e que, em certa medida, Stessl e Goethals houveram revertido.

Assim, Morais foi a aposta para fazer os Conquistadores regressarem à Europa, devendo estrear-se frente ao homónimo sadino. Assim, nesse dia 25 de Agosto de 1985, para a história ficou o primeiro onze por si escolhido: Jesus; Gregório Freixo, Valério, Teixeirinha, Cerqueira; Paulo Jorge, Nascimento, Bobó; Roldão, Paulinho Cascavel e Costa.

Nesse dia viu-se, pela primeira vez, a argúcia táctica do treinador que, atendendo a ser o primeiro jogo da época, segundo o jornal A Bola, "para lá de todos os treinos e de todos os desafios de pré-preparação, haveria sempre alguma coisa para afinar, agulhas a acertar, ideias a rever."

Assim, depois de uma primeira parte sem grande história, "seria o Vitória o primeiro a deitar mão desse recurso, exactamente no intervalo da partida. Até então, António Morais organizara a sua equipa dispondo de quatro defesas e três dianteiros. (...)" Decidiu, pois, mudar ao intervalo. Com, apenas, uma substituição, fazendo entrar o lateral Costeado para o lugar do médio Paulo Jorge, colocou a equipa a actuar com três centrais com "Teixeirinha mais atrasado, tendo à sua frente Valério e Cerqueira." Gregório Freixo mudou de lado, passando para lateral/ala esquerdo.

Seria o recém-entrado Costeado a revolucionar a partida, pois "foi decisiva para o transporte de jogo pelo flanco direito. O defesa direito com uma velocidade de pernas de sprinter e uma caixa que lhe permite repetir as investidas em rapidez, foi decisivo para a obtenção do golo." Este surgiu, logo, aos três minutos da segunda parte, aproveitando a inadaptação setubalense ao novo modelo de jogo e de um cruzamento do lateral lançado na partida que Roldão não desperdiçou.

O Vitória, a partir daí, controlaria o jogo, estreando-se a vencer no Campeonato de 85/86...fruto de uma genial jogada táctica de um treinador que haveria de fazer os Conquistadores regressar à Europa, terminando a temporada num belo quarto posto.

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