COMO PIMENTA REGRESSOU...DEPOIS DE TER QUASE ABANDONADO O VITÓRIA!

Estávamos no final da temporada de 1985/86.

Apesar da boa campanha no campeonato, o Vitória vivia horas difíceis. O braço de ferro entre o clube e a Câmara atingira níveis superlativos, sem que nada ficasse resolvido, continuando o clube sem ver as suas pretensões correspondidas.

Por isso, Pimenta houvera ameaçado com a demissão, chegando mesmo a efectivá-la, o que obrigou a constituição de uma Comissão composta por pelo presidente da Assembleia-Geral, António Xavier, Delfim Guimarães do Conselho Fiscal, Custódio Garcia da Comissão de Fundos Para um Vitória Maior, Fernando Carneiro de LA JUVI e José Castelar da Comissão de Apoio.

Depois de chegarem à fala com o ainda líder do clube, seria marcada uma nova Assembleia-Geral, ainda que a anterior, tivesse definido, segundo o jornal O Povo de Guimarães de 04 de Junho de 1986, "a anterior Assembleia-Geral do Vitória tinha resolvido que caso Pimenta Machado aceitasse voltar, respondendo sim ao pedido da Comissão para esse efeito mandatada, não seria preciso nova Assembleia."

Porém, a mesma seria realizada, para nela se deliberar se os sócios queriam que o presidente regressasse. "Que sim, levantaram braços, cerca de 1000 sócios presentes. Quatro tiveram a coragem de levantar a dizer não, dez levantaram na abstenção, várias dezenas não levantaram vez nenhuma..."

Ainda assim, "nas discussões que percorriam as bancadas, manifestavam-se contra", apesar da "esmagadora maioria queria o regresso daquele que consideram ter tempo e dinheiro para ser o melhor Presidente."

Depois da deliberação, urgia trazer o reconduzido líder à Assembleia-Geral. Após rumores que estava no seu carro debaixo da bancada, pensou-se que estivesse em casa à espera de saber o resultado da deliberação. Porém, ao que parece, não estava nem num sítio nem noutro, atendendo o tempo que demorou a chegar. Aí, perante a apoteose geral, atacou os partidos políticos, em especial o PS e a CDS que lhe travavam os projectos de progresso do clube, em especial "por terem votado contra uma proposta de António Xavier que queria acelerar e mandar fazer um projecto para o Campo de Treinos a um técnico que já o tinha feito. Era só a Câmara pagar o projecto..."

Porém, no auge da exaltação, surgiria a novidade. Já não era preciso o beneplácito da Câmara, pois "no Poder Central foram-lhe prometidos apoios substanciais e, por isso, vai construir a Cidade Desportiva..."

A direcção do Vitória ganhava uma legitimação popular superlativa e trazia consigo a certeza de lutar pelo que acreditava ser necessário para dar um passo em frente.

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