Gregório Freixo foi dos maiores nomes vitorianos da primeira metade da década de 80. Defesa polivalente, tornou-se capitão de equipa pelo seu carisma e influência, ao ponto de ter conseguido cumprir 184 jogos de Rei ao peito, tendo apontado 20 golos... o último deles especial!
Estávamos na temporada de 1985/86, pautada pelo extraordinário desempenho da equipa de António Morais. Alicerçada num poder de fogo superlativo, procurava alimentar a voracidade do predador Cascavel sempre pronto a ferir de morte as equipas adversárias. Por isso, os Conquistadores haveriam de garantir o quarto lugar da prova, com o quarto melhor ataque (com 51 golos), sendo 25 do homem que, ainda, hoje é ídolo na Cidade onde Nasceu Portugal.
Porém, o derradeiro jogo dessa caminhada inesquecível, marcou, indelevelmente, outro nome marcante da história vitoriana e com o qual começamos estas linhas: Gregório Freixo, o alentejano que chegou proveniente da Académica para se tornar inesquecível.
Estávamos, assim, a 20 de Abril de 1986, na derradeira jornada daquele campeonato. Uma data precoce para o encerramento das competições mas justificável pela participação portuguesa no Mundial mexicano e que haveria de ficar na história pelo que ocorreu em Saltillo. Nesse dia, com os Conquistadores já tranquilamente posicionados na quarta posição, rumaram a Portimão para um jogo que haveria de ser, apenas, para cumprir calendário. Na verdade, com o Portimonense, de um jovem Vítor Oliveira, confortavelmente posicionado no sétimo posto e o Vitória na quarta posição, o jogo pouco mais seria do que para cumprir calendário.
Contudo, o jogo como referiu o Notícias de Guimarães de 25 de Abril de 1986, a equipa composta por Jesus; Costeado, Tozé, Miguel, Gregório Freixo; Nascimento, Bobó, Adão, Costa; Cascavel e Gilberto, "conseguiu superiorizar-se durante a segunda parte ao seu opositor e não ganhando o encontro pela simples razão de o árbitro ter estado infeliz." Contudo, referia-se que houvera estado infeliz para ambos os lados e que o Vitória, acima de tudo, houvera desperdiçado oportunidades em série, o que o impediram de fechar com chave d'ouro uma temporada extraordinária.
Porém, o grande momento do jogo haveria de suceder aos 81 minutos da partida, quando Gregório Freixo, ao igualar a partida a um, no seu derradeiro jogo pelo clube, marcaria o último dos 20 golos com o Rei colado ao peito e cifrando a pontuação vitoriana, nesse ano, em 40 pontos.
" Chegou assim, a equipa de Guimarães, à sua maior pontuação de sempre, tendo atingido pela primeira vez no seu já longo historial, a dezena número quatro, o que, até há pouco tempo, era considerada uma utopia.", podia-se ler na publicação consultada. Porém, mais do que isso, ficaria a recompensa de Freixo, o homem que aprendera a amar e a sentir o Vitória que se despedira com o último golo daquele ano...um prémio justo para quem, ainda hoje, sente o clube como dele!