COMO OS DESAFIOS CONTRA O VARZIM FORAM DETERMINANTES PARA SE EVITAR UM TRÁGICO DESENLACE...

Já aqui escrevemos que a temporada de 1970/71 foi terrível para as cores vitorianas. Tão má que só um empate arrancado a ferros no último jogo no Estádio das Antas garantiu uma manutenção que, durante muito tempo, temeu-se que não pudesse suceder.

A atestar essa realidade, o facto do conjunto que, inicialmente, foi orientado por Jorge Vieira e, posteriormente, por Peres, em vinte e seis partidas que durou o campeonato, apenas ter vencido quatro contendas. Dois deles na antepenúltima e penúltima jornada da prova (em casa perante Boavista e Farense) e outros tantos perante o Varzim - o único da primeira volta e, também, o único de Jorge Vieira na sua segunda passagem por Guimarães e o primeiro de Peres-.

Foram quarto preciosos pontos que a não existirem fariam o Vitória cair para o último lugar da tabela classificativa.... por troca com os Lobos do Mar que acabaram o campeonato na lanterna vermelha desta., com menos um ponto do que o conjunto vitoriano!

Assim, como o jornal Notícias de Guimarães de 27 de Fevereiro de 1971 escreveu, após esse triunfo por três bolas a zero sobre os varzinistas em Guimarães, com o bis de Ademir e um golo de Zezinho, "finalmente, no Nacional decorrente, a equipa vitoriana consolou os seus adeptos. Andavam eles já, justificadamente, desiludidos. É que passava um Domingo e mais outro, sem que um desejado triunfo, no seu próprio campo se lhe deparasse."

Com efeito, os Conquistadores só conseguiram triunfar em casa na 20ª jornada, pois o êxito da primeira volta, como escrevemos, tinha ocorrido em terreno rival, e no seu reduto somavam seis empates e três desaires. A depressão voltava a passar frente ao Varzim e o quão importante seria para não cair no cadafalso dos escalões secundários, ainda que, como se reconhecia, “a equipa vimaranense tem ainda alongado calvário a percorrer, o que merece todos os cuidados, sendo, por isso, prematuras quaisquer certezas quanto às possibilidades de tornear as muitas dificuldades que um calendário, acima do mais, lhe criou....”

Porém, para o “milagre” ser possível, haveria de ser necessário somar-se mais pontos. Isso ainda teria maior dose de dramatismo, mas merecerá ser contado de outra forma...

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