COMO OS BELGAS SE ENCANTARAM POR LUA, MESMO SEM SABEREM ONDE ERA GUIMARÃES...

Carlos Honório da Silva foi um furacão em Guimarães.

Lua, como era o seu nome de guerra, apenas actuou de Rei ao peito na temporada de 1962/63, para de imediato permitir um belo encaixe financeiro (para a altura!) para o clube. Na verdade, os seus 15 tentos em 20 partidas disputadas com a Branquinha, aguçaram o apetite dos emblemas mais titulados do futebol português, mas, também, de equipas estrangeiras.

Por isso, o jornal A Bola de 22 de Junho de 1963, na ressaca do final de uma temporada em que o Vitória chegara à final da Taça de Portugal pela segunda vez na sua história, noticiava que a fama do brasileiro houvera chegado à Bélgica.

Assim, o vitoriano, segundo o jornal belga "Les Sports, teria merecido que um dirigente do RWD Molenbeek viajasse, de propósito, a Lisboa para garantir os préstimos do goleador, tendo chegado a notícia ao país que o Vitória para o ceder exigia o pagamento de 700 contos, o que hoje equivalerá a, sensivelmente, 325 mil euros segundo o simulador de inflacção do portal Pordata.

Mas, mais do que isso, merecerá destaque o modo como os belgas se referiam ao Vitória e a Guimarães: "O jogador está ao serviço de um pequeno clube de Lisboa e se a sua transferência..."

Apesar de não conhecerem o Berço da pátria, nem o Vitória, acabariam por negociar com os Conquistadores, desviando o ponta de lança brasileiro da rota dos clubes mais fortes de Portugal. O Vitória, esse, esfregava as mãos, ao fazer dois grandes negócios em dois anos, depois de no ano anterior ter vendido Augusto Silva e Pedras ao Benfica e, ainda, se comprometera a deslocar-se à Bélgica para disputar um jogo particular; algo que haveria de ocorrer no início da temporada de 1964/65, numa altura em que o seu clube dizia não pretender vender o avançado por 5000 contos, o que à data era uma fortuna.

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