COMO O VITÓRIA REGRESSOU AOS JOGOS EUROPEUS, ATRAVÉS DE UM TORNEIO DE VERÃO

A Taça Intertoto fez parte do Verão futebolístico durante muitos anos.

Criada em 1961, por Karl Rappan e por Ernst Thommen teve como objectivo ocupar os clubes durante o Verão, permitindo que as apostas desportivas durante esse período continuassem a existir, através do denominado jogo do Totobola. Parte das receitas seria destinada a cobrir os custos de organização e premiar as equipas participantes. Estava assim criada a Taça Intertoto, nome que une “internacional” com o sufixo “toto”, comum em lotarias desportivas na Europa (por exemplo, o Totobola, a lotaria portuguesa).

O Vitória, esse, entraria por duas vezes, em dois anos consecutivos, na prova. A primeira delas em finais de Junho de 1974, quando se respiravam os primeiros ares de liberdade no país, e que significaria o regresso dos Conquistadores às partidas europeias, depois de um hiato de quase três anos, após o último apuramento europeu.

Caberia aos Conquistadores estrearem-se perante os suíços do Neuchatel Xamax, num grupo que também contava com os alemães do Hamburgo e com os suecos do Djurgardens.

Assim, nesse dia 15 de Junho de 1974, o dia de estreia, segundo o Notícias de Guimarães de 29 desse mês e ano "o Vitória deu mais uma ideia do seu real valor, impondo à equipa suíça um resultado com que ninguém contava" e que poucos assistiram. Na verdade, como escreveu o jornal A Bola de 17 de Junho, "Guimarães enterrada no maple, olhos postos no futebol ofensivo da Holanda, deixou-se ficar por casa. Talvez por comodismo, talvez por não lhe palpitar grande espectáculo; talvez pela falta de cartaz dos suíços; talvez por não estar habituada a jogos às 7 da tarde; talvez por um pouco disto tudo", numa altura em que em terras germânicas a Laranja Mecânica, onde Johann Cruyff brilhava a grande altura, dava nas vistas.

Apesar disso, a equipa constituída por Sousa; Costeado, Manuel Pinto, José Carlos, Osvaldinho; Ernesto, Abreu, Custódio Pinto; Romeu, Tito e Rodrigo, não obstante o susto inicial de ter estado em desvantagem, rapidamente chegaria ao empate por Tito, num score que se manteria até ao intervalo.

A segunda parte seria de absoluta extrapolação das qualidades da equipa treinada por Mário Wilson, abrindo-se as hostilidades com um tento na própria baliza de um jogador suíço. Romeu, Tito e Ibraim haveriam, também, de molhar a sopa,

Assim, o resultado final de cinco bolas a duas fazia com que se atribuísse ao conjunto vitoriano "bastante mérito, ao conseguir cinco golos frente ao seu adversário, especialmente se tivermos em conta, que outros tantos ficaram por marcar." O optimismo, ainda, era maior, pois como lembrava a Bola, ainda faltava a integração na equipa dos brasileiros Pedrinho e Jeremias que já tinham sido anunciados como reforços...e o qual importantes haveriam de ser na equipa, mas isso será outra história!

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