COMO UMA MULTIDÃO VITORIANA, ASSISTIU A UM MOMENTO HISTÓRICO...

Foi daqueles momentos marcantes da história do clube que quase passaram incógnitos.

Na verdade, naquele ano de 1974/75, a Taça Intertoto não se considerava uma prova europeia como as demais taças organizadas pela UEFA. Mas, a verdade é que a competição destinada a manter em actividade o mercado de apostas futebolísticas, como o Totobola, em actividade, permitiu aos Conquistadores garantirem o primeiro triunfo europeu fora de portas, num momento único.

Estávamos a 13 de Julho de 1974 e, depois dos Conquistadores terem começado a sua participação com dois tranquilos triunfos em Guimarães sobre o Neuchatel Xamax (por cinco a dois) e os suecos do Djurgardens (por cinco bolas a zero), seguia-se a terceira jornada da prova, que seria disputada na Suíça perante o oponente da primeira rodada.

Com um estádio "com cerca de 2000 espectadores..." e que, como a Bola, de 15 de Julho desse ano escreveu "a maioria do público era constituída por emigrantes portugueses, com os minhotos largamente representados. Bastará referir - e com que júbilo o assinalamos - que até de Paris vieram dois autocarros repletos de pessoas naturais da região vimaranense e que festejaram o acontecimento com o bulício, a alegria e o pitoresco que tanto caracterizam as grandes e famosas romarias minhotas. Esta ruidosa falange de apoio de portugueses, sempre com a nostalgia da sua pátria - a pátria saudável que eles tanto anseiam - a correr-lhes a alma, encheu, naturalmente de euforia os jogadores do Vitória."

Com a equipa a actuar com Sousa; Costeado, Manuel Pinto, José Carlos, Osvaldinho; Ernesto, Custódio Pinto, Abreu; Tito, Romeu e Rodrigo, o jogo foi se sentido único. "Constante do prélio: portugueses lançados deliberadamente ao ataque, sem quaisquer trechos de amolecimento e fazendo sempre gala de uma execução técnica a provocarem primores de conjunto que deixaram os adversários positivamente acabrunhados." Por isso, foi sem surpresa que, aos 13 minutos da partida, chegou o momento alto da partida, assim narrado pelo jornal consultado: "falta sobre Romeu; Manuel Pinto, na execução do castigo, cruzou da direita para a esquerda, Custódio Pinto foi mais rápido que os defesas adversários e isso permitiu-lhe aplicar um daqueles vitoriosos remates de cabeça que em Portugal o têm notabilizado, e o qual deixou os suíços mudos de espanto."

Era um golo destinado a entrar na história. Significaria o primeiro triunfo fora de Guimarães numa prova europeia, três vitórias nos três primeiros jogos da competição e fazia acalentar o sonho de ganhar o grupo em que os Conquistadores estavam englobados, o que significaria um prémio de 10 mil francos. Tal não haveria de acontecer, por causa dos germânicos do Hamburgo, mas isso será outra história...

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