COMO DANIEL JOGOU MUITO TEMPO DE GRAÇA, ATÉ QUE UMA CRISE DE CHORO O FEZ FINALMENTE SER RECOMPENSADO....

Daniel Barreto será dos homens mais marcantes do Vitória. Um homem que abraçou a causa vitoriana na temporada de 1953/54, para jogar nas camadas jovens do Vitória e, a partir daí, desenvolver uma carreira como jogador que findou na temporada de 1969/70. Depois de uma ligeira interrupção, voltaria para desempenhar inúmeras funções até acabar como treinador da equipa de veteranos. No fundo, Daniel deixou de ser vitoriano (isto se não acreditarmos noutra dimensão, onde estando, estará a apoiar o sue clube de sempre) a 11 de Novembro de 2018, dia em que faleceu.

Esse vitorianismo foi posto à prova quando, pelo seu pai, apesar de viverem em Ponta da Barca, ser vitoriano e, por isso, ter preferido representar os Conquistadores ao invés do eterno rival bracarense. Mas haveria mais do que isso, como reconheceu em entrevista ao jornal do Vitória de 11 de Julho de 2000.

Na verdade, como disse, "joguei seis anos no Vitória sem ganhar nada." Para o ajudar a permanecer em Guimarães, o clube pagava-lhe a estadia na Pensão Portugal e arranjou-lhe emprego na Têxtil Cruz de Pedra, propriedade de um dos homens mais importantes no clube, Antero Henriques da Silva.

Fora isso, Daniel tinha de levar uma vida quase monástica, sem dinheiro no bolso, até ao dia em que com alguns colegas foi à Cervejaria Martins, numa altura em que era usual os atletas misturarem-se com os adeptos. Aí, "estavam uns jogadores a beber um fino (...) e eu queria beber e não tinha dinheiro. Comecei a chorar e então os jogadores perguntaram-me porque estava a chorar. Eu disse-lhes que não tinha dinheiro, porque nada ganhava no Vitória." Por isso, o treinador Fernando Vaz pediu à direcção que lhe pagassem uma retribuição, "e passei a ganhar tanto como os outros jogadores, ou seja 1.500$00 por mês.” Tudo por causa de um fino que por não poder ser bebido levou a uma crise de choro.

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