COMO O VITÓRIA PROCUROU ARRANJAR SOLUÇÕES PARA UM ESTÁDIO QUE AINDA NÃO ERA DELE, MAS QUE SE RECONHECIA SER INAPROPRIADO PARA O CLUBE...

Estávamos no início da década de 80...

Pimenta Machado era há pouco tempo presidente do clube e, para além de outros problemas, deparava-se com a questão das infra-estruturas, em especial com o desenvolvimento do complexo desportivo e como tornar o estádio adequado ao clube. Na verdade, este tratava-se de um problema que já vinha da direcção anterior liderada por Gil Mesquita, que, inclusivamente, tinha solicitado uma maquete para a realização de um novo recinto na zona de Margaride.

Porém, esta opção nunca terá sido do agrado de Pimenta, atendendo ao que já se escrevia no Povo de Guimarães de 01 de Janeiro de 1981 e que frisava que "localização prevista do novo estádio nos confins de Margaride, para mais de construção imprevisível, poderia retardar aquele aspirado engrandecimento." Por essa razão, em sede de assembleia-geral, a direcção vitoriana solicitou aos sócios a permissão para negociar com a Câmara as condições que "levassem o actual estádio municipal ao controle total do clube, para, neste, proceder às obras capazes de adaptação que o transformassem num recinto de espectáculos para grandes competições, como nunca foi."

Tais intenções vitorianas foram dadas a conhecer ao executivo municipal bem como à assembleia municipal, sendo que "passaram-se, entretanto, alongados meses sem que a Câmara desse qualquer resposta a quanto lhe fora exposto pelo primeiro clube de Guimarães."

Tal levou a que o Vitória tivesse de insistir através de um envio de um ofício que previa duas hipóteses para a valorização do seu recinto de jogos.

Assim:

"Hipótese A: O Vitória propõe a posse do actual estádio Municipal, dando em troca os terrenos adquiridos em Margaride, executando naquele, as obras capazes de o transformar nas funcionais instalações. Convém, salientar que para esta hipótese, o Vitória concretizará o previsto empreendimento através de um suporte financeiro que resulta da edificação de um Centro-Comercial moderno por debaixo das estruturas que se terão de construir para suporte das novas arquibancadas."

"Hipótese B: (admissível somente da anterior não se poder concretizar). A Câmara, continuando possuidora do imóvel, construirá nele instalações para mais 12000 espectadores e a sua iluminação, conforme oportunamente lhe foi solicitado.

Tanto corresponderá a encargos camarários no valor estimado de 75.000 contos, ou seja 60.000 para as arquibancadas e 15.000 para a iluminação."

Porém, ressalvava-se que esta segunda hipótese só poderia ser aceite "se a Câmara começar a atribuir um subsídio anual de 50000 contos, que será administrado pelo Município ou pelo Vitória, para a construção do estádio do clube, nos terrenos que este possui ou em local a definir."

A questão, essa, só seria resolvida em 1989. O Vitória sairia vencedor dela, ficando com o estádio e garantindo o subsídio... dando, assim, passos decididos rumo ao futuro e ao seu desenvolvimento!

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