Aquela temporada de 1984/85 fora um verdadeiro fracasso.
A aposta no Velho Feiticeiro Goethals, que não podia sentar-se no banco fruto de um castigo, aliada à aposta numa juventude que não se revelara tão assertiva quanto o desejado, levara um ano agónico, com o suspiro de alívio a chegar só nos jogos finais. A ajudar a isso, o reconhecimento por parte da direcção vitoriana que os jovens não estavam a render o desejado, o que levou a que fossem contratados homens como Roldão e César para equilibrar a equipa.
Porém, no final da temporada, depois de nos 30 desafios disputados, a equipa ter, apenas, triunfado por 9 vezes e perdido por umas inusitadas 14, surgiria no jornal do clube uma inesperada justificação por parte de Gregório Freixo, o líder da equipa, para o malogro.
Assim, na publicação de 15 de Maio de 1985, consideraria que o relvado do, então, Municipal fora o pior inimigo de um conjunto que, ironia das ironias, só houvera vencido por uma vez na condição de visitante... a jogar no seu estádio, por este ser aquele em que o recém-promovido Vizela, também, actuava na condição de visitado. Os restantes oito triunfos, esses, seriam obtidos sempre na Casa do Rei.
Com efeito, diria que "o estado do relvado do Municipal também contribui para isso. Durante a maior parte do campeonato choveu. Jogamos em terreno impraticável e logo aí aumentaram as dificuldades para os atletas mais jovens que não se adaptaram de todo." Iria mais além, ao afirmar, com clareza, que "O nosso maior inimigo foi o nosso campo que quando chove é só lama e quando está seco é só buracos."
Nos anos seguintes, ainda no mesmo relvado, assistir-se-ia, provavelmente, aos jogos mais inesquecíveis do Vitória...mas, Freixo, como grande capitão, terá percebido que importava proteger os "meninos" que haviam sido aposta naquele ano... ainda que a maioria deles já tivesse a sua sorte traçada e o destino marcado ser vivido longe do Vitória!