COMO O SENHOR DIAS DA CASA DAS GRAVATAS CONVENCEU ZEFERINO A JOGAR MAIS TRÊS TEMPORADAS...AINDA QUE SEM CUMPRIR A PROMESSA QUE LHE FIZERA!

Zeferino foi das figuras incontornáveis do Vitória da década de 30 do século passado.

Um homem humilde, que trabalhava em casa por conta própria até às tantas da noite, atento o tempo que o futebol lhe roubava; o futebol e o Vitória que aprendera a amar desde que chegara a Guimarães proveniente do Gil Vicente.

Porém, atendendo às suas obrigações, sentiu que se devia retirar dos campos quando completou 30 anos. Não o faria, contudo, graças à intervenção de um vitoriano que o próprio identificou numa entrevista dada ao jornal do Vitória no final da década de 60: " - Quem falou comigo foi o senhor Dias da Casa da Extinta casa das Gravatas."

Para o seduzir a continuar a jogar de Rei ao peito, prometeu-lhe uma oferta de umas correntes de ouro, que, segundo o próprio Zeferino, "naquele tempo os homens tinham vaidade em mostrar as suas correntes de ouro, suspensas nos bolsos do colete. Era a grande moda." Assim, ficou apalavrado que se o jogador continuasse a exercer a sua actividade futebolística, no final da carreira ser-lhe-ia feita "uma festa, garantindo-me com o produto da mesma, uma oferta de umas correntes em ouro."

Por essa razão, jogaria mais três anos, tendo direito à referida e merecida celebração. Porém, as correntes, como o próprio haveria de reconhecer jamais chegaram, já que "recebi diversas prendas, ofertas de várias fábricas, especialmente em artigos de confecção. Mas, as correntes em ouro, essas, so as vi nas montras da ourivesaria."

Ficaram, contudo, os vitorianos a ganhar que deleitaram-se com o talento do jogador por mais três temporadas...

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