COMO O FIM DEFINITIVO DA AMOROSA LEVOU AO SURGIMENTO DA URBANIZAÇÃO DA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E A UM GRANDE PROBLEMA PARA O VITÓRIA

O Vitória havia rumado à nova casa, o então Estádio Municipal, em 1965.

Com as obras findas a todo o vapor, fruto de uma norma precipitada e que obrigou a que naquela recepção ao Belenenses, o novo recinto ainda estivesse por findar. Fruto disso, ficou na memória dos adeptos daquela geração, nos primeiros anos, os jogadores equiparem-se nos balneários da velha Amorosa e daí descerem para entrarem no novo recinto! Algo de surreal que duraria até 1968, altura em que os primeiros balneários ficaram construídos.

Porém, a mítica Amorosa haveria de ser útil aos Conquistadores por mais alguns anos. Na verdade, o campo passou a ser utilizado como campo de treinos e de jogos das equipas mais jovens. Seria assim até 1976!

Nesse ano, o Vitória perderia o campo, e como escreve o jornal do clube de Setembro desse ano "Os tempos mudaram e homens de boa vontade começaram a exigir a concretização (...) saltando para a liça o Plano Urbanístico da Senhora da Conceição."

Para isso, uma iniciativa forte teria de ser tomada, como foi. Assim, seria "expropriado o terreno concernente, tinha a palavra o inquilino, o Vitória Sport Clube que se iria ver despojado daquelas que mesmo rudimentares eram as suas mais disponíveis instalações desportivas."

Tal seria o início para o alcance de uma plataforma de entendimento, sendo ajustada a indemnização para "o Fundo de Fomento da Habitação dar luz verde ao empreiteiro, que entra definitivamente na realização da obra."

Com isto, como também escrevia a referida publicação, "o Vitória Sport Clube, velhinho de tradições, em cujo historial há muito se inscreveu o título de embaixador-mor desta terra que todos amamos, perdeu mais uma vez a sua oficina."

E tal levava o escriba, Pedro Araújo, a confessar que "custou-nos só imaginar poderosas máquinas abalando os seus muros, destruindo as suas vedações, rasgando as suas terras." Mas pior do que isso, a dificuldade maior passava por "encontrar um terreno, projectar quatro linhas e o mínimo de instalações para continuar com as suas Escolas de Futebol..."

O Vitória ficava sem Amorosa e com um grande desafio pela frente. Enquanto o mesmo não foi deslindado, treinavam os jovens vitorianos em redor do Estádio Municipal, quando nele não podiam treinar, numa verdadeira manifestação que a necessidade tinha de aguçar o engenho.

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