COMO NUM JOGO QUE NUNCA DEVERIA TER ACONTECIDO, LIXA FICOU COM A CARREIRA ARRUINADA E ISIDORO FEZ ESCABROSA ARBITRAGEM

Estávamos em Outubro de 1999...

O Vitória, comandado por Quinito, e com um conjunto de jovens talentos, como Fernando Meira, Rego, Pedro Mendes e Lixa ia dando cartas no futebol português, ocupando os lugares mais altos da tabela classificativa. Os espectáculos que a equipa vitoriana proporcionava aos adeptos eram um regalo para os olhos, a ponto de merecer várias parangonas nos jornais da especialidade e os seus atletas a merecerem a cobiça de outros emblemas.

Entre eles, estava Lixa. Esquerdino, de recursos técnicos únicos, era a grande revelação do campeonato. Aliás, antes de ocorrer o famigerado jogo com o FC Porto, em actuação individual inebriante, praticamente sozinho, venceu o clássico frente ao SC Braga, em pleno 1º de Maio.

Por isso, naquele Sábado de 23 de Outubro de 1999, esperava-se mais uma extraordinária exibição de afirmação do jovem internacional sub-21 vitoriano e que, com ela, catapultasse a equipa vitoriana para um triunfo perante o FC Porto, na altura treinado por Fernando Santos.

Porém, desde cedo, sentiu-se que, provavelmente, o jogo não deveria ser disputado. Talvez, tivesse sido melhor assim. Na verdade, o intenso temporal que se abateu sobre a Cidade-Berço quase levou a que a contenda fosse adiada, algo que o árbitro Isidoro Rodrigues negou, levando a que o jogo fosse disputado em condições impróprias para a prática da modalidade.

Assim, foi jogada a partida, com o Vitória a alinhar com Pedro Espinha; Evaldo, Fernando Meira, Alexandre, Tito; Paiva, Fredrik, Riva, Lixa, Edmilson e Brandão. Esta haveria de ter o seu momento infeliz perto dos 40 minutos, que como o Notícias de Guimarães de 29 de Outubro desse ano escreveu "depois de ter sofrido uma violenta entrada de Romeu, Lixa teve de ser substituído devido à gravidade da lesão. Romeu permaneceu incrivelmente impune. (...) Quanto a Lixa, o diagnóstico não é o melhor. O jogador contraiu uma rotura de ligamentos e foi (...) submetido a uma intervenção cirúrgica ao joelho direito."

O lance que acabaria por estragar a carreira de um dos maiores talentos vitorianos dos últimos anos seria, apenas, uma amostra de uma arbitragem com tons escandalosos e sempre em prejuízo da equipa vitoriana.

Bastará atentar na publicação já citada: "aos 15 minutos, Brandão do Vitória é derrubado por Ricardo Silva, dentro da grande área do Porto, o árbitro e o fiscal de linha, muito bem colocados, não quiseram assinalar penalty. Assim ficou uma grande penalidade claríssima por assinalar, o Sr. Pinto da Costa agradece...

No decorrer do minuto 40, o jogo ficou lixado mesmo a sério, quando Lixa tentou passar pelo defesa portista Romeu já muito perto da grande área do Porto, este entra aos pés do jogador com os pés juntos numa falta muito intencional, enquanto Lixa ficou lesionado e teve que ser substituído, Romeu do Porto continuou em campo e nem sequer lhe foi mostrado o cartão amarelo.

Embora contra a corrente do jogo, o Porto adiantou-se no marcador aos 62 minutos, quando o árbitro da partida Isidoro Rodrigues, deixou passar em claro uma falta cometida por Chainho sobre Edmilson. Deste lance nasceu um pontapé de canto, do qual viria a resultar o golo do Porto.

Aos 90 minutos, com o árbitro muito perto do lance, é Deco, que com um empurrão, atira Geraldo para o chão, mas o árbitro inexplicavelmente não lhe mostrou qualquer cartão.

Por fim, aos 91 minutos é novamente Deco que por trás de Fredrick se atira a este com os pés em riste, cometendo uma falta feia e penalizável ao abrigo das leis do futebol, mas uma vez mais o árbitro fez vista grossa e não mostrou a cartolina vermelha."

A exibição vitoriana em muito ficaria condicionada por esta actuação do juiz, conseguindo, ainda assim, resgatar um ponto graças ao tento de Geraldo "a deixar Vítor Baía atarantado" e que foi o único ponto positivo de um jogo que jamais deveria ter acontecido naquele dia...

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