COMO NUM JOGO QUE NÃO DEVERIA TER COMEÇADO, O VITÓRIA OBTEVE UM SABOROSO TRIUNFO SOBRE O BOAVISTA...


Aquela temporada de 1953/54, sob o comando de Cândido Tavares, correra na sua primeira volta de modo extremamente satisfatório. Na verdade, o Vitória, apenas, perdera por três vezes na primeira volta, frente a FC Porto, Sporting e no Bessa, perante o Boavista, num jogo em que os Conquistadores estiveram a vencer por duas bolas a zero e por três a dois para acabarem derrotados, já perto do final da contenda, por quatro bolas a três.

Por isso, naquele dia 07 de Fevereiro de 1954, a partida contra os axadrezados, para além de ser perante um emblema cuja rivalidade se encontra sempre presente, também tinha o aliciante de permitir que, em caso de triunfo, o Vitória continuasse logo atrás dos quatro emblemas mais fortes do panorama futebolístico de então (os três de sempre e o Belenenses).

Porém, como o Notícias de Guimarães escreveu na crónica referente à partida, tratou-se de "um jogo que não devia começar", já que "o piso de jogo estava verdadeiramente impróprio para a prática de futebol devido à chuva e à neve que nesse dia caiu e ainda ao jogo de Juniores da parte da manhã realizado..."

Por isso, com os Conquistadores a alinharem com Meca; Rebelo, Cerqueira, Queiroz; Cesário, José da Costa; Lara, Juanin, Caraça, Miguel e Silveira, a partida foi "muito pobre de técnica, individual e global, porque sem a primeira a segunda não surge, pois o terreno não oferecia a firmeza necessária para a execução..." Ainda assim, depois de uma primeira parte de adaptação, o Vitória conseguiria marcar três golos na segunda parte, por obra de José da Costa, Caraça e de Juanin para selar um saboroso triunfo e vingar a derrota da primeira volta do campeonato.

Mesmo assim, quem assistiu à partida pensou que "o árbitro não deixaria chegar ao fim o encontro, pois o campo não oferecia as condições indispensáveis para a prática do jogo, mas como o que interessa nos desafios é a satisfação da ânsia do resultado, e a recolha dos proventos monetários, mesmo que por excessivo desgaste se sacrifique os contendores, não temos de que nos admirar...." O Vitória garantia um saboroso triunfo, apesar da inclemência atmosférica, numa segunda volta que seria diferente para pior do que a primeira, fazendo a equipa resvalar para o oitavo posto da tabela final!

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