COMO NO INÍCIO DA TEMPORADA 1973/74, DOIS "BEBÉS" DERAM NAS VISTAS...

O Leixões, emblema que sempre se notabilizou pela aposta na juventude, celebrizando a expressão "Bebés do Mar", sempre cultivou o sentimento de rivalidade para com o Vitória. Na verdade, o desafio entre o emblema matosinhense e o vimaranense sempre foi vivido com os nervos à flor da pele, com um profundo desejo de um dos contendores superiorizar-se ao outro.

Assim o foi também no início da temporada de 1973/74, já que por sortilégio do calendário, as equipas encontraram-se na primeira jornada do campeonato. O Vitória, depois da profunda remodelação que houvera realizado na temporada de 1971/72, mantinha uma base que lhe garantira dois sextos postos consecutivos, numa classificação que haveria de se tornar paradigma da década. O treinador Mário Wilson, esse, por sua vez, assumia como objectivo realizar um campeonato similar ao efectuado no exercício anterior... em que, lá está, houvera conseguido obter um sexto lugar.

Nesse dia, 08 de Setembro de 1973, o Vitória entrou no Estádio do Mar a alinhar com Rodrigues; Costeado, José Carlos, Artur, Osvaldinho; Ernesto, Custódio Pinto, Abreu; Romeu, Tito e Ibraim. Destaque para a inclusão de dois jovens (Abreu e Romeu) que, depois de terem actuado pouco na temporada anterior, haveriam de se afirmar de modo decisivo no conjunto Conquistador a ponto de se tornarem em dois dos elementos mais relevantes da década.

Tal influência começaria, desde logo, nessa partida, levando o jornal A Bola de 10 de Setembro desse ano a intitular que " Bebés do Vitória, Bebés da Vitória."

A comprovar essa asserção, a crónica ao jogo referia que "a presença na equipa do Vitória de Guimarães de dois jovens de realística habilidade, farto talento e futuro promissor, dois autênticos bebés, em réplica aos conhecidos e apreciados bebés do Leixões, que foram, ainda por cima, figuras grandes da partida e tiveram clara e iniludível influência no desfecho da partida. Abreu fabricando ele, com argúcia e vigor, o lance do primeiro golo e Romeu marcando com um toque pleno de habilidade, subtileza e jeito, o tento com que o Vitória obteve o seu êxito, incontestavelmente justo..."

Refira-se que se o segundo tento foi apontado por Romeu no ocaso da contenda, o primeiro seria obtido no seu dealbar por outro jovem de inegável talento, ainda que nessa altura, já fosse uma certeza do futebol vitoriano. Falamos, pois, de Ibraim, primo de Romeu.

Ficava, pois claro, que "embora sem discussão pelo brio da equipa adversária, determinada no seu afã de dar a volta ao jogo e ao resultado mas sem conseguir chegar ao golo que a exaltasse, a estimulasse e a lançasse no rumo do êxito, o triunfo do Vitória fosse perfeitamente merecido, absolutamente justo, inquestionavelmente certo... Na medida em que foi a equipa mais certa, mais arguta, mais igual em todos os sectores, com um rendimento mais equilibrado e no qual os bebés agora lançados por Mário Wilson tiveram grossa quota parte de merecimento. Abreu e Romeu que foi um prodígio de energia e um exemplo de como os avançados podem perturbar a organização contrária..."

O Vitória começava, por isso, o campeonato em grande, só sofrendo uma derrota até à sétima jornada... mas, mais do que isso, garantia dois talentos que lhe haveriam de dar inúmeras alegrias no futuro!

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