COMO, NO DIA DO CAMBALACHO ENTRE PORTO E BOAVISTA, O VITÓRIA, MESMO A CUMPRIR A SUA MISSÃO, SENTIU QUE TINHA O SEU DESTINO TRAÇADO

 

Como é consabido aquela época de 1954/55 foi tudo menos fácil para o conjunto vitoriano. Ne verdade, a equipa orientada pelo inglês Randolph Galloway foi incapaz de acompanhar o ritmo imposto pela maioria das equipas, acabando por se afundar nos lugares mais baixos da tabela.

Assim, aquele dia 03 de Abril de 1955 parecia ser determinante na história do campeonato. O Vitória, com treze pontos em último lugar, o único que dava a despromoção directa, recebia a Académica de Coimbra e os axadrezados, com um ponto de avanço, jogavam com o FC Porto, numa partida em que, previsivelmente, pela diferença de qualidade dos contendores, deveria cair para o lado do conjunto azul e branco.

Por isso, como escreveu o Notícias de Guimarães de 10 de Abril de 1955, "apesar da tarde de calor do último Domingo, o jogo foi disputado como movimentação e as jogadas de luta constante pelo resultado repetiram-se sem fim.” Fruto dessa luta, a equipa composta por Lobato; Abreu, Francisco Costa; Elói, Cerqueira, João da Costa; Bártolo, Silveira, Gilberto, Miguel e Lutero, apesar de ter estado a perder, haveria de dar a volta à partida com golos de Silveira, ainda na primeira parte, e de Lutero na segunda metade.

Porém, do Bessa chegaria o balde de água fria, com o Boavista, surpreendentemente, a triunfar por cinco bolas a duas. "A explicação veio rápida e quase sem criar dúvidas... As emissoras, que relataram ou comentaram este encontro, apontaram a negligência de certos elementos do prestigioso F.C.Porto. Os jornais repetiram o facto e a verdade começa a transparecer e a justiça, logicamente, também virá a ser cumprida." Não seria assim, atendendo ao que escrevemos na história seguinte... Contudo, o Vitória sentia que iria ser muito difícil salvar a face e a pele naquele muito difícil ano em que tudo teve contra si!

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