COMO, NAQUELE TORNEIO DE VERÃO, SE COMEÇOU A ACREDITAR NUM GRANDE CAMPEONATO, APESAR DE QUINITO NÃO GOSTAR DE JOGAR COM TRÊS CENTRAIS!

O Vitória reformulara-se na temporada de 1994/95.

Apostaria num novo treinador, Quinito, e em reforços de capacidade inquestionável como o guarda-redes José Carlos, o lateral direito seu homónimo, o defesa Vítor Silva, o médio defensivo Pedro Martins, o brasileiro Emerson e o inesquecível avançado Gilmar, contratado ao Chaves. Era, pois, um Vitória completamente reformulado que ansiava regressar às provas europeias depois de dois campeonatos completamente fracassados.

O primeiro sinal das capacidades da equipa surgiria num torneio de Verão, no Porto. Disputado em estádios da região do Porto, durante um fim de semana, começou com um triunfo dos Conquistadores perante o Celta de Vigo no desempate por penaltys, na Maia, o que levou a que discutissem a final com a equipa da casa que houvera batido a selecção da Argélia. Um desafio que serviria para aquilatar do estado de preparação do conjunto Conquistador bem como das suas capacidades para arrancar em grande na prova maior do futebol português.

Nesse dia, Quinito deu a entender qual seriam os homens que poderia ter em maior consideração, ainda que demonstrasse a sua sagacidade táctica ao gizar um inovador esquema de três centrais composto por Samuel, Tanta e Vítor Silva. Assim, a equipa era composta por Zé Carlos; José Carlos, Samuel, Tanta, Vítor Silva, Walter; Pedro Martins, Pedro Barbosa, Zahovic, Quim Berto; Gilmar.

Apostavam os Conquistadores numa toada de contra-ataque, baseada no talento de Pedro Barbosa, na capacidade de passe de Zahovic, na velocidade de Quim Berto... e no instinto goleador de Gilmar que, logo aos 12 minutos da partida, fez miséria. Assim, como escreveu o Notícias de Guimarães de 12 de Agosto de 1994, "o avançado brasileiro ganhou um lance a Jorge Costa, que parecia perdido, entrou na área e perante a saída de Vítor Baía atirou rasteiro e colocado para o poste contrário."

A partir daí, seria um espectáculo de "serenidade, personalidade, rigor táctico, espírito de sacrifício", num jogo em que a equipa teve de sofrer até pelo desejo do Porto de Robson não querer começar o exercício a perder em casa. Mas, assim seria... o Vitória vencia o torneio e Quinito afirmava que "ganhar é bom! A nossa posição no campeonato será diferente, teremos uma atitude mais ofensiva. Vamos jogar mais ao ataque. Hoje alteramos o sistema para vencer o torneio. Não sou um apaixonado pelos três centrais e não vamos apanhar todos os dias o FC Porto."

Começava-se a acreditar numa temporada de excepção no Vitória...

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