COMO NA TARDE DE SILVINHO, O VITÓRIA DEU UM VERDADEIRO BANHO DE FUTEBOL NA CIDADE DOS ARCEBISPOS...

Durante a primeira parte daquela temporada de 1989/90, o Vitória foi capaz de criar todas as ilusões nos seus adeptos.

Com efeito, a equipa de Paulo Autuori, após ter perdido, com o dedo do juiz Alder Dante, na jornada inicial desse campeonato em Alvalade, frente ao Sporting, só voltaria a ser desfeiteado na segunda jornada da segunda volta na Luz. Uma caminhada épica, que ainda hoje representa o máximo período de imbatibilidade dos Conquistadores e que fez sonhar com que em Guimarães pudesse ser pronunciada a palavra título.

Contudo, a segunda parte da época não haveria de decorrer de igual modo, com a equipa a sofrer uma quebra na caminhada que tinha encetado... ainda que, mesmo assim, tivesse conseguido protagonizar momentos brilhantes.

Um deles terá ocorrido em Braga a 24 de Fevereiro de 1990, na ressaca da sobredita desilusão na Luz e ao cinzento empate caseiro frente ao Marítimo. Era, pois, pedido à equipa constituída por Sérgio; Nando, Germano, William, Bené, Roldão; N'Dinga, Soeiro, João Baptista; Chiquinho e Silvinho que desse um pontapé aos medos de resvalar na tabela classificativa.

Apesar disso, e perante milhares de vitorianos que naquele Sábado empreenderam a curta viagem entre as duas cidades, a partida começou da pior forma para o conjunto vitoriano que, logo aos dois minutos, viu-se a perder por uma bola a zero, devido a um tento obtido pelo brasileiro Santos. Urgia reagir e tal haveria de suceder quase logo de seguida, com um golo de Chiquinho, que após jogada iniciada em Silvinho que passou, também, por João Baptista, empatou a contenda.

Como escreveu o Notícias de Guimarães de 02 de Março de 1990, "com 1-1 no marcador, ainda mais os pupilos de Paulo Autuori se apoderaram do domínio do jogo e actuando de uma forma veloz, obrigando o Braga a correr, impondo o seu futebol, o Vitória afirmava que mais minuto, menos minuto os golos tinham de acontecer."

E assim seria, com o herói da tarde, Silvinho, aos 28 minutos, ao aproveitar um remate de Bené que o guarda-redes contrário foi incapaz de segurar, colocou o Vitória em vantagem. A partir daí, apesar de Sérgio ainda ter-se de aplicar a fundo por duas vezes, Silvinho haveria de resolver o prélio de forma contundente, ao arrancar "pelo flanco esquerdo e de ângulo não muito favorável explodiu, marcou e depois dançou."

O Vitória, a partir desse momento, deu um recital com as notas mais melodiosas, a ponto de se ter escrito que "ganhar e dar um banho de futebol, isso é quase um abuso. Mas foi, exactamente, isso que aconteceu, doa a quem doer, aliás em certos momentos foi mesmo humilhante para os da capital minhota".  O Clube do Rei ganhava oxigénio na luta pelos lugares cimeiros...

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