Estávamos a 18 de Janeiro de 1942...
O Vitória, depois do extraordinário triunfo frente ao União de Lamas, vencedor do Distrital de Aveiro, por seis bolas a quatro, conseguiu fazer história: estrear-se na Primeira Divisão Nacional.
Pela frente, estava a Olhanense que, segundo o Notícias de Guimarães de 25 de Janeiro de 1942, "sofreu a punição de quatro bolas sem conseguir, sequer, o chamado ponto de honra."
Para a história ficou a equipa que, pela primeira vez, actuou numa partida do Nacional maior: Machado; Lino, João; Castelo, Zeferino, José Maria; Laureta, Miguel, Alexandre, Ferraz e Bravo. O encontro esse, segundo o cronista, "deve ter satisfeito todos os desportistas vimaranenses, atendendo é claro, a que o Vitória recebia o seu baptismo na prova e que o adversário representava uma incógnita."
Mas, a verdade é que "os nossos rapazes tiveram, assim, auspiciosa estreia, e oxalá que a boa estrela os acompanhe nas jornadas seguintes, para honra de Guimarães e do desporto minhoto."
Auspiciosa estreia que passou por quatro golos sem resposta, como já dissermos, sendo o primeiro apontado por Miguel. Com efeito, aos "10 minutos, Bravo que está activíssimo, atira um grande remate que a defesa contrária não segura, cedendo canto. Marcado este, Miguel, bem colocado, faz o primeiro goal debaixo de calorosos aplausos da assistência." Era um momento para a história, o primeiro golo apontado no escalão maior do futebol português!
Mais três haveriam de seguir, por intermédio de Ferraz, que haveria de bisar na partida, e Zeferino, numa tarde inesquecível de estreia no principal escalão do futebol português. Por isso, "a assistência, bastante numerosa, soube acarinhar os vimaranenses sem deixar de ser correcta para os visitantes, que levaram agradável impressão."
Foi há oitenta e dois anos...