Fernando Caiado abraçara um difícil desafio, daqueles em que se percepciona a coragem de um treinador.
Com efeito, após a partida de Jorge Vieira, depois D a inesquecível temporada de 1969/69, a direcção liderada por Fernando Roriz mantivera as agulhas viradas para o Brasil, apostando em Gilberto Carvalho, conhecido por Giba.
Contudo, a vida muitas voltas… e uma doença fulminante levaria a que Giba só estivesse no banco na jornada inaugural do campeonato, em casa, frente ao Varzim e na histórica estreia europeia perante o Banik de Ostrava. Enquanto esperava pelos resultados dos exames de saúde efectuados, que confirmariam o pior dos cenários, a equipa esteve a cargo de Peres que a orientou no Benfica.
Depois disso e de Giba ter partido para não mais voltar, Fernando Caiado seria o escolhido para confirmar o crescimento dos Conquistadores. Com coragem e determinação confirmaria a passagem da eliminatória em Ostrava e haveria de garantir outro apuramento europeu graças a um miraculoso golo de Mendes no último minuto da última jornada frente ao FC Porto.
Contudo, já com Antero Henriques da Silva Júnior a presidente, foi entendido promover o regresso sebastiânico de Jorge Vieira, que conseguira resolver os problemas no Brasil que o tinham obrigado a regressar. Apesar disso, foi uma aposta que não haveria de frutificar!
Porém, depois de Caiado ter partido, não foi esquecido pelos vitorianos. Haveria de orientar a equipa entre 1975 e 77, sendo o treinador no famigerado roubo da Taça de Portugal. Contudo, ainda antes disso, no início da temporada 1970/71 seria homenageado pela direcção vitoriana que entrara em funções, presidida por Antero Henriques da Silva Junior.
Este, em conjunto com outros directores vitorianos como António Figueiredo, Hélder Rocha e Celso Machado ofereceram-lhe o chamado testemunho de gratidão… na verdade, fora de coragem pegar numa equipa que não era sua, abalada psicologicamente pelo que acontecera ao anterior técnico e conduzi-la a novo apuramento europeu.
A gratidão será sempre um valor intrínseco aos vitorianos!