COMO DURANTE DOIS JOGOS, A SELECÇÃO PORTUGUESA ACTUOU COM UMA DUPLA DE CENTRAIS 100% VITORIANA...

Conjugar a mesma dupla de defesas centrais numa selecção nacional, apesar de, por vezes suceder, não acontecerá de modo frequente. E, apenas, ocorrerá com aquelas duplas que demonstram um entendimento inegável e qualidades indiscutíveis, capazes de de garantirem a máxima segurança aos restantes elementos.

Tal será, ainda, mais surpreendente se essa dupla for proveniente de um emblema que não é dos mais titulados ou que beneficiam dos favores da imprensa.

Porém, aquele Vitória, versão 1968/69, era um caso especial. Fez a melhor temporada da sua história, até então, andando atrás do sonho de um título que se esfumou nas derradeiras jornadas. Acabaria no terceiro posto, mas elogiado pelo modo equilibrado como se apresentava em campo, defendendo de modo cuidado e contando com o goleador Manoel, segundo melhor marcador do campeonato dessa temporada.

Porém, dentro deste conjunto homogéneo, sobressaía uma defesa coriácea, capaz de ser a melhor desse campeonato, sofrendo, apenas, 17 golos em 26 jogos, conseguindo na metade dessa totalidade de partidas acabar com as redes invioláveis.

Por essa razão, os dois defesas vitorianos, Manuel Pinto e Joaquim Jorge, mereceram as atenções do seleccionador nacional José Maria Antunes que os convocou para enfrentar o México, numa partida particular, a disputar no Estádio do Jamor.

Assim, a alinhar com Vítor Damas; Carriço, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Joaquim Conceição; Rolando, José Maria, Fernando Peres; Jacinto João, Figueiredo e Manuel António, a equipa portuguesa foi incapaz de apontar qualquer golo, mas, também, não sofreu, o que levava o Comércio de Guimarães de 12 de Abril desse ano a considerar que o resultado poderia ser melhor para a equipa das Quinas "se não fora Damas e a dupla Pinto-Joaquim Jorge. Como se depreende, os atletas vimaranenses superiorizaram-se e foram os pilares da defesa lusitana, que não foi batida."

Atento o bom desempenho nessa partida, a mesma dupla entrou a titular na partida seguinte, a contar para a fase de qualificação para o Campeonato Mundial do México, o que fez Pelé subir ao Olimpo dos imortais. Assim, nesse dia 04 de Maio de 1969, no Estádio das Antas, perante a Grécia, e com a equipa de Todos Nós já pressionada por um desaire em Atenas por quatro a dois e outro caseiro frente à Suíça, urgia responder.

Tal não haveria de acontecer. Apesar do domínio português, dois momentos de infelicidade colocaram a equipa helénica a vencer por dois tentos sem resposta. Num assomo de orgulho, os golos de Eusébio e de Fernando Peres serviram para igualar a contenda num resultado que pouco servia...o México ficava muito longe e a dupla, inexplicavelmente, não mais vestiria a camisola das Quinas. Causava confusão dois jogadores de um clube que não era dos "quatro do sistema", a serem titulares na selecção!

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