UM DUVIDOSO LANCE (E MUITOS GOLOS FALHADOS) A MATAR UM SONHO LINDO...

Andava o Vitória de Jorge Vieira, naquela época de 1968/69, embebido em sonhos dourados... de título.

Com efeito, à entrada daquela jornada 22, os Conquistadores, que iriam deslocar-se ao Restelo, encontravam-se a dois pontos do líder FC Porto e a um do Benfica que ocupava o segundo posto da tabela. Por isso, para poderem continuar a sonhar com um encontro com a eternidade da história, era imperioso triunfar, vencer no sempre difícil reduto dos homens da Cruz de Cristo.

Porém, nesse dia, o sonho morreria às mãos do árbitro Álvaro Rodrigues de Coimbra. Um juiz prestes a terminar a sua carreira e cuja a escolha para tão importante desafio terá causado, no mínimo, estranheza. Confirmar-se-iam as razões para os temores demonstrados pelos vitorianos, que consideravam aquele jogo como sendo, absolutamente, determinante para se sonhar com o inédito título.

Na verdade, "uma grande penalidade, porém, "ofereceu" aos lisboetas inesperada vantagem, o que lhes deu oportunidade de passar, eles a uma toada exclusivamente defensiva..." Uma grande penalidade que o Notícias de Guimarães classifica como duvidosa, mas, em conversa que tivemos com diversos vitorianos presentes naquela tarde, no Restelo, é catalogada como escandalosa...e, ainda hoje, dolorosamente lembrada.

Porém, para além da arbitragem de Álvaro Rodrigues, a eficácia da equipa, tantas vezes aclamada durante a temporada e que tantos pontos tinha valido, não surgiu... durante a partida, Zezinho, só à sua custa, teve três clamorosas oportunidades de golo que foi incapaz de concretizar, ainda que uma dessas bolas acabasse a beijar a barra da baliza do guarda-redes Mourinho Félix, pai do actual treinador da Roma.

O Vitória deixava enterradas nas margens do Rio Tejo os sonhos dourados do título...ainda que com o habilidoso dedo de um juiz coimbrão!

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