COMO NO FECHO DAQUELE CAMPEONATO INESQUECÍVEL, UM JOGADOR VITORIANO TERÁ TIDO UM DOS MAIS MARCANTES DESEMPENHOS INDIVIDUAIS...

Aquela temporada de 1968/69 foi um ano inesquecível para as hostes vitorianas.

Com efeito, durante muito tempo a equipa treinada por Jorge Vieira fez os adeptos sonharem com um inédito título que soçobraria com as derrotas no Porto e no Restelo, bem como o empate no Bonfim perante o homónimo sadino que se encontrava um ponto, apenas, atrás dos Conquistadores.

Porém, naquela última jornada, já com o sonho do título perdido, importava segurar o inédito terceiro posto, enquanto que, com os ouvidos pendurados nas telefonias, se esperava que o FC Porto escorregasse perante o Belenenses para se chegar à segunda posição da tabela.

Contudo, se das Antas não haveriam de chegar boas notícias, com os portistas a triunfarem graças a um golo de Custódio Pinto, irmão do vitoriano Manuel e futuro atleta do clube do Rei, a verdade é que em Guimarães, frente à Sanjoanense assistiu-se a um desempenho inesquecível.

Assim, com o Vitória a alinhar com Rodrigues; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Costeado; Artur, Peres, Augusto; Carlos Manuel, Manuel e Mendes, como intitulou o Notícias de Guimarães de 03 de Maio de 1969, tratou-se de um "fecho admirável do Vitória no seu melhor campeonato de sempre." Na verdade, nessa tarde de 27 de Abril de 1969, "o Vitória primou pela exibição patenteada. Como que se quisesse mostrar em traje de cerimónia para ser galardoada pelos seus adeptos."

Um traje de cerimónia marcadamente ofensivo, ainda que tal não tenha sido apanágio durante a competição. Assim, "será certo que, quase durante toda a Prova Maior, o seu sistema teve cariz de retranca. Raramente o alterou. Mas se era com ele que o título esteve sempre debaixo da sua vista, seria lógico modificar tal estratégia? Cremos que se procedeu ajuizadamente."

Apesar disso, esta contenda tinha outro interesse que fez o Vitória lançar-se ao ataque perante a lanterna vermelha do campeonato. Tal passava por ajudar o avançado Manuel "a guindar-se à posição de melhor marcador da Prova Maior." E quase seria conseguido com o auxílio dos seus colegas, mas, acima de tudo, graças a um espectacular desempenho individual do jogador que aos 8 minutos abriu o activo. Pouco antes do intervalo bisou. A meio da segunda parte fez o hat-trick. A cinco minutos do final estabeleceu o poker. E, quase no soar do gong, completou uma extraordinária manita num desempenho absolutamente inolvidável.

Porém, Manuel acabaria por perder o prémio de melhor marcador do campeonato por um golo... um tento de uma grande penalidade desperdiçada nesse jogo e que o faria atingir um feito ainda mais extraordinário.

Mesmo assim, na derradeira jornada de um campeonato já de si extraordinário, com, a equipa a conseguir o seu primeiro terceiro lugar da história, foi capaz de um feito absolutamente estratosférico e quase único na centenária história do clube!

Postagem Anterior Próxima Postagem