COMO DOIS SURPREENDENTES JOGOS AMIGÁVEIS, APRESENTARAM UMA DAS MAIORES CONTRATAÇÕES DA HISTÓRIA DO VITÓRIA, CONHECIDO PELO NOVO CRUYFF, E TERÃO SELADO O CAMINHO DE FERNANDO PERES... PARA, POSTERIORMENTE, ENTRAR PEDROTO!

Aquele início de temporada de 1980/81 era de esperança no Vitória.

Com um novo e jovem presidente, António Pimenta Machado, e uma aposta em jogadores como o guarda-redes Vítor Damas, regressado a Portugal depois de ter actuado nos espanhóis do Racing Santander, o médio (ainda que nesta altura fosse visto como lateral esquerdo) Nivaldo, o avançado Fonseca ou o defesa Barrinha, tudo parecia conjugado para uma temporada inesquecível. No banco encontrava-se Fernando Peres que haveria de perder o lugar à sétima jornada, para a entrada de José Maria Pedroto.

Porém, ainda antes do campeonato arrancar, dois jogos amigáveis que terão sido marcantes pelo adversário e pela estreia de um jogador que se esperava que fosse a grande esperança para a temporada. Falamos do holandês Ton Blanker, que o preparador físico Cassiano Gouveia considerou, desde logo, o melhor avançado a actuar em Portugal... mesmo sem se ter estreado oficialmente. O jogador proveniente do Ajax, ondem fora considerado o "Novo Cruyff" e conseguira ser o segundo melhor marcador da Taça UEFA do ano anterior, mostrava-se esperançado, apesar de considerar que "há grande diferença entre o futebol português e do meu país. Na Holanda corre-se ao longo de 90 minutos, proporcionando-nos mais facilidades de penetração com vista à marcação de golos. Em Portugal, as equipas actuam muito fechadas... Espero que depois de dois ou três jogos, já melhor enquadrado no ritmo do futebol português, possa marcar muitos golos."

O neerlandês estaria mais próximo da realidade que o seu preparado físico, pois, segundo a reportagem jornalística, na sua estreia não apresentou argumentos que permitissem distinguir-se do seu colega Mundinho... muito pelo contrário. Porém, marcaria um golo num triunfo por três bolas a duas no referido jogo amigável frente ao Boavista, com os outros tentos a serem obtidos por Ferreira da Costa e Salvador.

Contudo, numa altura em que os vitorianos ainda lambiam as feridas da inenarrável arbitragem de António Garrido na final da Taça de Portugal, pouco mais de quatro anos antes, é, nos dias de hoje, surpreendente perceber que essa visita boavisteira a Guimarães teria retribuição poucos dias depois, ainda antes do campeonato começar. O Vitória perderia por uma bola a zero, novamente com Blanker a titular e Fernando Peres, o treinador terá demonstrado um pouco do modo de ser que faria Pimenta perder rapidamente a paciência com ele ao dizer que "prevejo uma época tranquila para os vimaranenses, que não vão lutar pela Europa. Já há muitos candidatos..." Duraria sete jornadas, dando lugar a Pedroto que resgatou o entusiasmo dos vitorianos.

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