COMO MANACA, AINDA HOJE, É FALADO POR UM AUTOGOLO

 Um dos momentos que, passados 44 anos, ainda gera discussão no futebol nacional, sucedeu em Guimarães, num desafio perante o Sporting.

Estávamos a 25 de Maio de 1980, na penúltima jornada do campeonato. O Vitória, a alinhar com Melo; Ramalho, Manaca, Tozé, Alfredo; Festas, Ferreira da Costa, Abreu, Gregório Freixo; Joaquim Rocha e Mundinho recebia o Sporting que precisava de vencer para continuar a acalentar o sonho de ser campeão nacional.

Num jogo fechado e equilibrado, seria o defesa central vitoriano Manaca a decidi-lo, ainda, na primeira parte...com um autogolo que haveria de dar o triunfo ao Sporting e "via verde" para o título nacional.

Perante o sucedido, tendo o Sporting passado naquele reduto que o FC Porto tinha esperanças que perdesse pontos, foi, de imediato levantada a suspeição. Na verdade, o jogador houvera feito grande parte da sua carreira no clube lisboeta, tendo-se transferido para o Vitória nessa temporada. Porém, a verdade é que nunca existiu qualquer prova que o golo tivesse sido apontado de forma propositado para ajudar aquela que fora a sua anterior equipa.

O próprio jogador, anos mais tarde, em entrevista ao Mais Futebol, abriria o coração, dizendo que “é um cruzamento e eu salto, de costas para a baliza, entre o Manuel Fernandes e o Jordão. Insisto: de costas para a baliza. Ouça, é um autogolo como qualquer outro. O FC Porto quer é um bode expiatório. Eu próprio já fiz autogolos no Sporting.”

Concluiria, dizendo que “Em Portugal, tudo é possível, pois a justiça está no cemitério. O país é o que é e vai continuar a ser. Esse é um assunto que vem sempre à tona quando falam comigo, mas o que posso dizer é que foi uma situação absolutamente normal...foi a forma que o FC Porto encontrou para justificar o insucesso. Se não tivessem empatado em casa do Varzim na jornada anterior, nunca teriam falado nisso.”

Porém, o assunto jamais morreria. Aliás, o então presidente vitoriano, Pimenta Machado, em recente entrevista ao mesmo órgão de comunicação social diria que "Também joguei futebol, como lhe disse, e ele fez uma rotação inapropriada com a cabeça. Em vez de fazer assim, fez assim. Mas, enfim, isso não interessa nada. Não se pode provar nada."

A verdade é que esse episódio jamais sairia da memória dos vitorianos...

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