COMO A CONTRATAÇÃO DE PEDROTO CAUSOU UMA EBULIÇÃO INESPERADA NOS ÓRGÃO SOCIAIS E A ANULAÇÃO DE UMA ELEIÇÃO...

A escolha de José Maria Pedroto para treinador do Vitória, no ano de 1980, causou a primeira ruptura dos órgãos sociais.

Na verdade, o presidente do Conselho Fiscal, Fernando Alberto Ribeiro da Silva, por não concordar com a decisão, por um suposto compromisso ético assumido perante o, então, presidente portista, Américo de Sá, decidiu demitir-se do cargo que mantinha, levando consigo os demais elementos do referido órgão social.

Tal levou a que no jornal Povo de Guimarães de 30 de Outubro de 1980, na rubrica Jogada Inicial, se escrevesse que "Contas não nos cabem, nem entrar em quaisquer referências a números. Um acto administrativo (...) unicamente se processou. Contratar ou dispensar pessoal, sejam técnicos, jogadores ou funcionários administrativos somente pertence às direcções. (...) Os demais órgãos sociais devem remeter-se ao que funcionalmente os estatutos lhe destinam." Algo que o Conselho Fiscal não seguiu, optando por abandonar as suas funções e que levou a que Pedroto com a sua tradicional capacidade oratória referisse, em entrevista ao jornal A Bola, que "fiquei muito aborrecido com a demissão do Presidente do Conselho Fiscal e de toda a sua equipa. Realmente não sabia do compromisso ético que ele tinha com o dr. Américo de Sá, pois, se tivesse conhecimento dele, de modo nenhum aceitaria o convite dos dirigentes do Vitória. Aqui há pouco tempo ainda, como militante que sou, desde a primeira hora, do Partido Social Democrata, fui convidado para trabalhar no partido. Felizmente que não pude aceitar, pois estou convencido de que, se o fizesse, Braga ficaria sem o seu Governador Civil (Fernando Alberto) e que com certeza que todos os contínuos, por solidariedade, se demitiriam."

Por isso, no fim do ano decorreriam eleições para o órgão, com duas listas a apresentarem-se a sufrágio. Assim, de um lado estava a proposta de Carlos Paiva de Areias e do outro Manuel Pinto dos Santos. A primeira viria a ser eleita, para, posteriormente, o acto ser anulado em consequência do que refere o Povo de Guimarães de 22 de Janeiro de 1981 "por decisões da mesa contrárias aos estatutos."

A escolha de Pedroto deixava mossas nos órgãos sociais...

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