COMO ARRANCOU, FINALMENTE, O REGRESSO AO PRINCIPAL ESCALÃO DO FUTEBOL PORTUGUÊS

Haviam sido dois anos de desilusão...

Com efeito, as duas temporadas na Segunda Divisão haviam sido sinónimas de atroz desilusão, em que o conjunto vitoriano morrera na praia por duas vezes no que a subida de divisão diz respeito. Ora, se no primeiro ano, no play-off com a Académica a arbitragem e algumas lesões ditaram leis, na segunda a crueldade de acabar com os mesmos pontos de Salgueiros e SC Braga levou a um infeliz desenlace.

Assim, naquela temporada de 1957/58 acreditava-se que aquele tinha de ser o momento. O Notícias de Guimarães escrevia mesmo que "esta terceira tentativa vimaranense pode ser a decisiva sobre todos os aspectos. Pode ser decisiva, pois se nos aparenta como nunca possível a subida à divisão superior, mas pode sê-lo também, porque o cansaço de infrutíferas tentativas pode levar ao desânimo total."

Para isso ser possível, recorreu a direcção vitoriana ao treinador Fernando Vaz, que duas temporadas antes levara a equipa até aos já citados decisivos jogos contra a Académica.

No arranque dessa caminhada, o Vitória deslocou-se a Peniche para defrontar a equipa local, considerada na altura como uma das equipas que "dos anos anteriores mais mal classificadas na competição." Porém, tratava-se da mais longa deslocação vitoriana na sua série e "aparenta-se-nos que nesta época fizeram uma tentativa de valorização e isto é um indicativo a ter em conta..."

Porém, ao contrário do que tinha sucedido nos dois anos anteriores, o Vitória começou a sua participação no escalão secundário a vencer. A alinhar com Silva; Costa, Abel; Virgílio, Silveira, Cesário; Bártolo, Romeu, Ernesto, Daniel e Rola, com Romeu e Bártolo por duas vezes a selarem um triunfo por três bola a uma.

No jornal A Bola, em análise à partida, escrevia-se que "os vimaranenses poderiam ter marcado mais", concretizando-se que "quanto à categoria vimaranense, ela esteve bem patente durante todo o encontro. Mostrou-se uma equipa recheada de bons valores que praticam bom futebol."

O Record, esse, numa altura que ainda dava destaque a todos os clubes, ao invés de só olhar para os três mais fortes, ainda era mais entusiasta ao escrever que o Vitória "era uma grande equipa, possuída de bons elementos, contra onze jogadores perdidos num rectângulo de jogo."

O primeiro passo para o desejado regresso estava dado...

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