O jornal do Vitória de 07 de Abril de 1986 não enganava. O triunfo frente ao Boavista fora decisivo para o regresso europeu, depois de duas épocas sem concretizar esse feito.
A partida de 30 de Março daquele ano era determinante, atendendo a que o conjunto treinado por António Morais, a faltarem quatro jogos para o final do campeonato, tinha quatro pontos de avanço para os axadrezados, pelo que um triunfo poderia abrir, de forma escancarada as portas da UEFA.
Assim, com os Conquistadores a alinharem com Jesus; Costeado, Gregório Freixo, Tozé, Valério; Miguel, Bobó, Adão; Roldão, Paulinho Cascavel e Costa, assistiu-se "... a uma excelente partida de futebol, com todos os condimentos: emoção, luta e entrega dos jogadores, boas jogadas, golos bonitos, muita gente a presenciar o espectáculo e, também, uma boa arbitragem."
Porém, os 20000 presentes não assistiram a golos na primeira parte, pese embora as muitas oportunidades que ocorreram, com especial destaque para o facto do conjunto vitoriano ter experimentado 45 minutos demasiado perdulários.
A segunda parte começaria com o golo boavisteiro. Ainda que ilegal, pelo facto do marcador do mesmo estar fora de jogo, subiria ao marcador... e acordaria o Vitória. Bobó, que segundo a crítica nessa tarde fez a sua melhor exibição de Rei ao peito, seria rasteirado na área contrária, permitindo que Paulinho Cascavel igualasse a contenda. Tal levou a que a equipa carregasse, ainda, mais no acelerador, para chegar ao golo da reviravolta pouco depois, "num lance puramente inofensivo. Lançamento de linha lateral por Costeado que dá para Bobó, este deixa de novo em Costeado que cruza para a entrada da área onde Cascavel ajeita a bola que entrega a Roldão que dispara forte, rasteiro e colocado sem hipóteses para Alfredo."
Dava-se a grande explosão, e mesmo com o Vitória reduzido a dez unidades por explosão de Valério, o essencial, que era vencer, estava feito. Por isso, "até ao fim e sempre com os aplausos e incitamentos da massa associativa vitoriana (...) a equipa guardou a preciosa vantagem que lhe abre as portas (...) da UEFA." O quarto lugar ficava praticamente conquistado!