UMA ASSEMBLEIA EM QUE PIMENTA FEZ A FESTA, LANÇOU AS CANAS, APANHOU OS FOGUETES...E SAIU EM GRANDE, DEPOIS DE DISPARAR PARA TODOS OS LADOS!

O ano de 1986 foi extraordinário para o Vitória...

Foi-o na segunda metade sob a inesquecível liderança de Marinho Peres, mas também o foi no final da temporada de 1985/86 sob a liderança de António Morais... ainda que Pimenta assim não considerasse.

E foi isso que foi dizer à Assembleia-Geral de Março desse ano, após ter sido reconduzido para mais um mandato...ainda que, apenas, 70 associados tenham-se deslocado às instalações vitorianas para exercer o seu dever cívico.

Nessa reunião magna, uma revelação do próprio haveria de valer a época inesquecível do ano seguinte, quando, sem qualquer subterfúgio, anunciou que "Paulinho Cascavel e Roldão têm contratos a dizer que só ficam, se eu ficar..."

Perante a surpresa dos adeptos, justificaria a inusitada declaração, pois "estou há seis anos no Vitória e já conquistei quatro quartos lugares. Tenho ambições como Dirigente desportivo. Para a próxima época tem de se lutar para o título."

Para isso ser viável, anunciava que "já contratei dois centro campistas do Brasil, porque o nosso meio campo não tem criatividade e imaginação. A bola é lançada para a frente do Paulinho Cascavel que tem de se virar e sozinho fazer os golos."

Por isso, de imediato, saltou o remoque ao treinador, António Morais, que se encontrava nos lugares mais altos da tabela mas "o próximo treinador tem que assumir a conquista do título. Se o António Morais assumir, pode ficar. Agora, se quiser andar a dizer, semana a semana, que só luta pelos dois pontos, vai-se embora. Há outras hipóteses no Brasil." Como bem sabemos, seria o que iria suceder, chegando o inesquecível e imortal Marinho Peres.

Porém, tal só teria viabilidade "se pudermos treinar. Sem campos de treinos, para ensaiarmos lances de bola parada, não vamos a lado nenhum. Qualquer treinador exige para cá vir um Campo de Treinos. A Câmara tem de o fazer senão vou embora. A electrificação também é necessária, senão só teremos prejuízo em ir à Europa."

Depois deste verdadeiro show que serviu para disparar em todas as direcções, concluiria em apoteose " Hoje, só o campo de treinos custa 50.000 contos, embora se não fosse onde mandaram os urbanistas da Câmara pudesse custar só 15.000 contos. Não tenho culpa que durante 60 anos se tivesse descurado o Património. Eu, num ano em que quis poupar, para investir em património, fui insultado. A massa associativa quer resultados."

Saía em ombros e com a certeza de ter feito chegar a sua mensagem a todos os destinatários...

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