Aquela temporada de 1983/84 significava um saboroso regresso. Um regresso que demorou treze anos a materializar, exceptuando as duas participações na Taça Intertoto. Com efeito, o Vitória voltava a ter estatuto europeu, calhando-lhe em sorte um, na altura, colosso inglês: o Aston Villa.
Por isso, naquele dia 10 de Setembro de 1983, dia em que os Conquistadores recebiam o Salgueiros, todas as mentes estavam concentradas no desafio que haveria de decorrer quatro dias depois, frente ao emblema de Birmingham.
Por isso, nesse dia, o conjunto orientado por Stessl e composto por Silvino; Gregório Freixo, Amândio, Murça, Laureta; Nivaldo, Barrinha, Paquito; Júlio, Éldon e Fonseca foi acolhido de modo entusiástico, como relatava o jornal A Bola de 12 de Setembro desse ano. "Com o seu plantel bem rodado e cheio de vício de bola, Stessl escalou o melhor onze de que dispõe para defrontar o Salgueiros... O simples enunciar da equipa nos altifalantes, sublinhado pelos calorosos aplausos do público, significou isso mesmo. Até o banco onde estavam Jesus, Murça II, Flávio, Da Silva e Paulo Ricardo, escutou as mesmas palmas." Assim, "Com toda a gente de acordo, o Municipal de Guimarães ia ser teatro de um autêntico festival do futebol vimaranense."
Festival esse que teria um grande herói: o avançado brasileiro Éldon que abriu e fechou a contagem, sendo os outros golos apontados por Paquito e Fonseca.
Depois da goleada, a equipa parecia pronta para o grande desafio, partindo para estágio em Ofir, "ficando concentrada no Hotel do Pinhal." Stessl, o treinador, parecia, também, só pensar no grande desafio, ao afirmar que "O Vitória fez uma primeira parte excelente, mas depois do 3-0, começou a pensar mais no jogo, de quarta-feira, com o Aston Villa, e abrandou o ritmo, procurando poupar energias. Agora, vamos voltar todas as atenções para o jogo frente aos ingleses." Depois do recital, todos pensavam no grande jogo...