A IRRADIAÇÃO DE DINIS MONTEIRO... UM ATAQUE DOS QUE TEMIAM O PODER DO VITÓRIA!

O futebol português sempre teve dois pesos e duas medidas. Forte com os menos fortes e fraco com quem tem toda a força. Assim, se criou uma estrutura baseada na tricefalia de três emblemas, pouco ou nada propensos em deixar outros partilhar títulos, honrarias...e o poder!

Tentou, porém, Pimenta Machado que isso sucedesse no início da década de 90 do século passado. Combateu Gil Mesquita, antigo presidente do clube e, na altura, presidente da AF Braga, mas com um pacto de regime com a AF Porto de Adriano Pinto, forçando-lhe a demissão. Com isso, apesar de ter permitido que Mesquita Machado, presidente da Câmara de Braga, ascendesse ao poder do futebol distrital, colocou Raúl Rocha como vice-presidente do órgão.

Porém, os seus desejos de poder, ou pelo menos de não permitir que o Vitória fosse passado para trás, já tinham chegado mais longe. Aos órgãos nacionais, mais precisamente se decidiam os campeonatos: ao Conselho Nacional de Arbitragem

Assim, Dinis Monteiro, que fora dirigente vitoriano, na década de 80, desempenhava funções de vice-presidente do órgão. Até que a bomba estourou...

Dinis foi suspenso por, enquanto praticante de andebol, ter empurrado um árbitro de andebol na época de 1976/77. Seria irradiado, mas, contudo, acabaria amnistiado, quatro anos depois, aquando da visita do Papa João Paulo II a Portugal.

Porém, os regulamentos da FPF eram claro. A partir do momento em que foi irradiado, não mais poderia ser integrado em órgãos federativos, mesmo que depois tivesse sido amnistiado. Tal levou a que o Presidente da Assembleia-Geral da FPF, Vieira de Carvalho, suspendesse o dirigente. Ainda assim, garantia "não estar a fazer um juízo de valor", pois "não vi documentos, li e ouvi, apenas, órgãos de comunicação, mas o que é dito, julgo ser suficiente que há um clima de grande instabilidade nesta matéria. Assim, para a salvaguarda desta questão, era meu dever promover de imediato a suspensão de funções do professor Dinis Monteiro."

Acabaria por ser destituído, ainda que o Vitória fosse capaz de salvaguardar a sua posição, conseguindo fazer nomear Raúl Rocha para a função que deixara vaga.

Porém, ironia das ironias... passados doze anos, a mesma Federação haveria de defender com "unhas e dentes" João Vieira Pinto que, em pleno Campeonato Mundial de Futebol, disputado na Coreia do Sul, agrediu um juiz, para, posteriormente, ser condenado, também, por abuso de confiança fiscal em um ano e seis meses de prisão, ainda que suspensa na sua execução. Não obstante esses factos, fez dele director e membro assíduo dos bancos da equipa A. Lá está...dois pesos e duas medidas!

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