Aquele Vitória de 1995/96 prometia muito...
Porém, a escolha de Vítor Oliveira para conduzir os Conquistadores revelara-se um fracasso. Um fracasso que acabou em demissão, com os sócios contra si, sem mão no balneário e a vociferar que as equipas escolhiam-se nos cafés e cervejarias da cidade, chegando mesmo a solicitar a Pimenta Machado a dispensa dos pesos-pesados do plantel como Vítor Paneira, Zahovic, Vorkapic e Capucho.
Não sairiam e partiria o treinador, levando a que Pimenta apostasse forte e tentasse contratar o treinador que fora bicampeão nacional no FC Porto anos antes, Carlos Alberto Silva. Não o seria pelo facto de quando tinha a viagem marcada para Guimarães ter sofrido a investida de um boi na sua fazenda, que o obrigou a convalescer por longo período.
Para grandes males, grandes remédios... e Pimenta surpreenderia o país ao apostar num jovem treinador que, apesar de ter sido um jogador consagrado, por esses dias, começava a sua carreira de técnico no segundo escalão, ao serviço do União de Lamas. Falamos de Jaime Pacheco que, surpreendera o país, ao empatar a zero em casa do campeão nacional FC Porto, em desafio a contar para a Taça de Portugal, chegando mesmo a desperdiçar a grande penalidade da glória numa das derradeiras jogadas do desafio.
Apresentado em Guimarães, prometeu, apenas, "trabalhar, trabalhar, trabalhar" para voltar a trazer a massa associativa vitoriana ao D. Afonso Henriques... ainda que a sua estreia tivesse de suceder no recinto mais longínquo de Guimarães de todos aqueles que existiam naquela temporada na Liga, excluindo a Madeira. Falamos de Faro, onde o Farense, no seu S. Luís é e será sempre adversário temível.
Nesse dia, 21 de Janeiro de 1996, um Domingo à noite, a alinhar com Neno; José Carlos, Arley, Vítor Silva, Tanta, Quim Berto; Marco Freitas, Vítor Paneira, Zahovic, Capucho; Gilmar, o teste, ainda, seria mais de fogo do que o esperado. Na verdade, a expulsão de Arley aos 44 minutos, num exagero punitivo do juiz José Leirós, obrigou os vitorianos a fazerem das fraquezas forças, o que levou Pacheco a celebrizar a frase "se não podemos tocar violino, tocamos bombo."
Haveria de ser recompensado... depois de colocar em liça o bósnio Dane para o lugar de Vítor Paneira, chegaria o momento do jogo no último minuto. O avançado Edinho lançou, primorosamente, o médio ofensivo que, com classe, bateu o nigeriano, Rufai. Pacheco tinha estreia de sonho e a equipa demonstrava que, para além da qualidade que todos lhe viam, também sabia sofrer! E o futuro haveria de comprovar o sucesso que todos lhe auguravam...