I - Poderíamos começar por dizer que esta é uma prova secundária, pouco interessante, mas preferiremos dizer que o Vitória, mais uma vez, estragou os planos dos barões do futebol.
Os planos da Liga de Clubes, de um proencismo que criou uma prova em que distingue os protegidos dos demais, da Sport TV, cujos comentadores foram incapazes de, até no tom de voz, esconderem a desilusão... em suma, uma pedrada no charco no marasmo do futebol português, sempre monopolizado por três mais um idiota útil, somente existente para o número ser par!
II - Regressando ao sistema de 4-3-3, com Strata no lugar de Maga, com Samu e Mitrovic no meio campo ao lado de Beni e Nélson Oliveira apoiado pelos extremos Camara, o Vitória nem entrou bem no jogo. Estavam decorridos poucos minutos e num lançamento longo que encontrou Gabri Veiga, beneficiando de uma falha de coordenação entre Rivas e Abascal, o adversário colocou-se em vantagem.
III - Em tempos recentes, a equipa ter-se-ia afundado. Teria abanado completamente, quase entregando-se à sua sorte. Porém, a verdade é que, pese embora a qualidade ainda possa ser aumentada, a equipa está com um espírito diverso de há algumas semanas. Nota-se mais união, química entre os seus componentes. Mais do que a excelência da exibição, nota-se um grupo que está a começar a apaixonar-se uns pelos outros e que está disposto a deixar a pele em campo pelo parceiro... e isso será o segredo para melhorar.
IV - Verdade seja dita, que o Vitória beneficiou dos erros individuais do adversário. Mas, será que estes existiram se Camara não demonstrasse aquela vontade que tem apresentado sempre e não fosse pressionar o seu oponente? Se não tivesse a coragem de lhe mostrar os dentes, apertando-o e roubando-lhe a bola? Um talento com bola nos pés, humilde sem ela e a ser capaz de ganhar uma grande penalidade do nada, que Nélson Oliveira não haveria de desperdiçar.
V- Voltava o Vitória ao jogo, sendo capaz de manter o status quo da partida até ao intervalo. Na segunda metade, os Conquistadores dominariam a partida na sua plenitude. Foram imensos no querer, na vontade, no espírito de grupo, no acreditar que podiam ganhar todas as bolas em disputa, sem medo de meter o pé...
VI - Seria assim que Samu roubaria a bola ao seu oponente portista para só parar com ela dentro das malhas de Cláudio Ramos. Uma demonstração de uma equipa que sabia que tinha de defender bem, mas sempre capaz de procurar ter uma lança capaz de ferir, de tornar o adversário incapaz de chegar ao seu objectivo. E a reviravolta estava feita...
VII - A partir desse momento, poder-se-ia pensar que o FC Porto iria carregar no acelerador. Terá tido essa intenção... mas foi incapaz de desequilibrar a organização vitoriana. Jamais o conjunto se desuniu, duvidou que fosse capaz de manter o plano traçado e... tentar jogar no campo todo!
VIII - Seria assim que um dos maiores abre-latas das últimas partidas vitorianas haveria de ganhar uma grande penalidade. A segunda do jogo. Noah Saviolo, depois de ter sido decisivo com o Tondela, ter pintado a manta com o Mortágua, voltou a sacar um coelho da cartola e a ganhar uma nova grande penalidade...já depois de Samu ter visto um golo ser-lhe anulado. Camara não desperdiçaria e o Vitória dobrava a vantagem!
IX - A partir daí seria controlar, jogar com o relógio, não perder o precioso Norte que levara o Vitória na estrada certa. Assim seria, sem problemas de maior, conseguindo os Conquistadores um saboroso êxito. Um êxito que serve para percebermos que, mais do que beleza e arte, está a formar-se um grupo forte, unido e com todos a conhecerem-se e a compreenderem-se.
X - Fica encontro marcado para Leiria com o Sportng. Mas, antes haverá muito caminho a trilhar a começar por Segunda-feira, frente ao Gil Vicente, num jogo que poderá ser vival para contas futuras. Mas, hoje, não pensemos nisso...e gozemos este saboroso momento!
XI -VIVA O VITÓRIA, SEMPRE!

