Era o sinal do prestígio do Vitória no panorama do futebol nacional...
Com efeito, aquele convite para rumar ao continente africano, disputando jogos em Angola, Moçambique e na África do Sul era a certeza de um clube a afirmar-se nos altos patamares do futebol e admirado além fronteiras.
Assim, atendendo ao estatuto de grande embaixador da cidade, como O Vitória é, foi e sempre será, a comitiva do clube levou consigo cofres de metal lavrado. Não a conterem ouro ou pedras preciosas, mas, simplesmente, terra proveniente das imediações do Castelo de Guimarães, oferecidos pela autarquia da cidade, para serem entregues às Câmaras das cidades a visitar.
Além destes objectos, iam nas malas uma bandeira da cidade Onde Nasceu Portugal e uma do clube com o simples intuito de serem içadas nos estádios onde as camisolas brancas actuassem, além de vários galhardetes para oferta aos adversários.
Porém, atendendo ao momento único e marcante, foi editada uma publicação comemorativa denominada de "Número Único", que tinha como intuito ser distribuída como propaganda ao clube e à cidade.
Com estas reliquias na bagagem e como a imagem documenta e o Notícias de Guimarães de 01 de Julho de 1959 confirma, "a equipa do Vitória e os seus dirigentes, antes da sua partida para Lisboa, onde tomou o avião..., apresentou cumprimentos de despedida à Câmara Municipal." Destaque para um curioso pormenor que passava pela "embaixada do Vitória apresentou-se trajando fatos próprios para a deslocação", pelo que se justificou a fotografia para a eternidade que ilustra estas linhas tirada no Toural, entregando, também, o já referido Número Único ao Vereador Municipal do Desporto.
Depois disso, o Vitória "...foi muito aclamado à sua partida de Guimarães, tendo ido acompanhar os jogadores e seus dirigentes ao Porto, muitos simpatizantes", numa clara manifestação de amor ao clube que jamais irá sozinho onde quer que seja. Em Lisboa, onde a comitiva ingressou no avião que a iria levar na viagem transcontinental, estava à sua espera muitos vimaranenses aí radicados bem como António Faria Martins e Casimiro Coelho Lima, respectivamente presidente e vice-presidente da direcção.
Chegados a Luanda, os representantes vitorianos teriam uma recepção "verdadeiramente triunfal, sendo os jogadores e seus dirigentes rodeados das maiores atenções e provas de carinho", que retribuiriam com um estrondoso triunfo por três bolas a zero, frente ao FC Luanda, no jogo inaugural desta aventura, com golos de Caiçara, Edmur e de Bártolo... mas isso já será outra história!
