I - Vão três seguidas...
A equipa B vitoriana parece ter encontrado o ritmo certo para encarar a difícil e equilibrada Liga 3, aliando classe a raça, qualidade de jogo a sofrimento.
II - Foi assim esta tarde no sempre difícil terreno do Amarante, que com o vimaranense Alex ao leme ainda não tinha pedido no campeonato, mas que cedo se viu aturdida pela qualidade de jogo dos jovens Conquistadores. Com efeito, o ponteiro do relógio ainda não tinha batido nos três minutos e a grande novidade da equipa para este jogo, Miguel Nogueira, concluía da melhor forma uma bela jogada individual vitoriana para gáudio dos adeptos presentes no estádio.
III - Ora, se tal momento era um indiscutível sinal de uma equipa confiante e bem orientada, com mais certezas disso ficaríamos quando Gui Paula concluiu com êxito uma extraordinária jogada colectiva dos Conquistadores. Nela constou uma recuperação de bola em zona alta do terreno por Gui Paula, um passe ao primeiro toque e um toque de calcanhar a desmarcar o homem que houvera recuperado a bola. Como cereja no topo do bolo, o jovem natural da Covilhã seria capaz de sentar um adversário e meter a bola no lado mais próximo do guardião do Amanante, num momento de rara inspiração. Crença, talento, capacidade colectiva e individual, num momento de beleza única, de alguns "meninos" cada vez mais feitos homens!
IV - E, se para crescer é preciso sofrer, ninguém duvide que esta equipa vitoriana já está bem desenvolvida. A segunda parte seria completamente diferente da primeira. O conjunto da casa foi atrás do prejuízo. Tomou as rédeas do jogo. Carregou no acelerador. Com isso, o conjunto de Gil Lameiras viu-se na obrigação de recuar no terreno. Deixou de ter tanto a bola. Mas, diga-se, para o crescimento destes jogadores tal, também, será importante.
V - E se estavam a ser testados à pressão, reagiram de modo bastante satisfatório. É verdade que em dados momentos foram incapazes de segurar a bola. Precipitaram-se. Até permitiram que a equipa da casa reduzisse num "lance proibido", que foi um canto ao primeiro poste. Mas, será inegável que quem demonstra aquela raça, aquele desejo intrínseco de vencer, consegue fazer das fraquezas forças e aguentar-se!
VI - E foi isso que sucedeu! Com Gil Lameiras a mexer na equipa do banco, robustecendo-a,. tornando-a mais compacta, o Vitória foi capaz de sobreviver à revolta amarantina. Mais do que isso, aos poucos foi capaz de respirar e até conseguir defender cada vez mais longe da sua área. E quando tal não era possível, valia o querer e a vontade de vencer...como aquele lance em que o lateral direito Rodrigo Silva viu o cartão amarelo, mas o adversário foi incapaz de criar uma jogada de perigo, por este ter-se agarrado de modo arrebatador aos calções do mesmo. O êxito, também, se faz da humildade de reconhecer que é preciso sacrificar-se pela equipa e de não ter vergonha de, em certos momentos, jogar feio... pois, a bela música dos violinos tinha ficado na primeira parte.
VII - E, com isso, o Vitória vencia. Subia à liderança da Zona Norte da Liga 3, ainda que com um jogo a mais que a equipa B do Braga e do Trofense que vão-se encontrar na presente jornada. Mas, acima de tudo, alguém, neste momento, terá dúvidas do crescimento desta equipa? De quanto estes meninos estão a crescer e a tornarem-se homens? E com isso, ninguém duvide, que o futuro será sorridente.
VIII - Segue-se, no próximo Sábado pelas 11h00m da manhã, o desafio em casa frente ao São João de Ver, classificado na última posição da série vitoriana. Pese embora o excelente momento dos Conquistadores e até o facto de ter ocorrido em casa deste adversário o primeiro triunfo da equipa na presente edição do campeonato, a verdade é que não existem jogos fáceis nesta divisão. Por isso, a receita usada hoje terá de ser replicada: qualidade individual e colectiva e capacidade de sofrimento quando tal for necessário. Assim, será possível ambicionar meter a quarta num campeonato até agora a merecer todos os aplausos...
IX - VIVA O VITÓRIA, SEMPRE...
