Aos poucos, percebe-se que pode resultar…
Beni Mukendi chegou ao Vitória por mérito próprio. As suas exibições no Casa Pia legitimavam esse passo em frente na sua carreira.
Mas, 3 milhões de euros pareciam um fardo demasiado pesado para o clube, com dificuldades financeiras e com esse dinheiro a poder olhar para um ponta de lança que lhe fazia falta e com jovens como Zé Carlos ou Diogo Sousa para rentabilizar, e até para o próprio jogador que durante a última época pareceu acusar esse rótulo em demasia… aliás, só seria titular quando a equipa afundou e perdeu o objectivo europeu nas fatídicas partidas frente ao Farense e ao Sporting.
Este ano, não adianta já discutir, se bem ou mal, o Vitória mudou. Foram-se as referências dos últimos anos e poucos atletas das últimas campanhas sobraram. Entre eles, ficou o angolano que percebeu que, no meio dos meninos, tinha de assumir as responsabilidades de ser uma grande aposta dos Conquistadores.
Mas, não teve medo do desafio, e não tem deslustrado… titular indiscutível, tem sido um pêndulo do meio-campo, o fio de prumo da equipa, mantendo-a equilibrada. Sem ser espectacular, “come metros” em progressão, permitindo que o Vitória respire com mais desafogo no jogo. Simplificando os passes, permite que a bola circule límpida, evitando os problemas de transição defensiva que, por vezes, se percepcionam no jogo Conquistador. Mais do que isso, culto tacticamente, tem conseguido desempenhar funções mais recuadas ou mais avançadas numa zona medular a três ou, agora, a dois sem perder eficácia no seu jogo.
Na passada Sexta-feira, marcou o seu primeiro golo enquanto profissional… um prémio justo para um homem que nunca perdeu a fé que iria demonstrar a sua utilidade! Mais do que isso, já se fazem contas de cabeça, como será quando no final do próximo mês de Dezembro rumar à CAN para representar a sua selecção…
