Um talento que parecia destinado a altos voos... A ser o líder do meio campo vitoriano por muitos e bons anos, atendendo à maturidade que demonstrava em jovem, bem como ao futebol refinado que levava na ponta das botas.
Por isso, Tiago Alexandre Gonçalves mereceu a alcunha de Ronaldo. Assim ficaria, até hoje, Tiago Ronaldo, nascido e descoberto em Loures, pelo Vitória, quando tinha 17 anos. Viria para Guimarães para a equipa de juniores, com Rogério Rodrigues a orientá-lo. Afirmar-se-ia com facilidade, ao ponto de na inesquecível temporada de 2007/08 já integrar o plantel de Manuel Cajuda, sendo visto como uma grande esperança para o futuro, alo que na época seguinte pareceu confirmar ao estrear-se no conjunto Conquistador pela mão do treinador algarvio.
Porém, o futebol vive de opções arriscadas. Abandonaria o Vitória no final desse ano, na ânsia de dar amplitude a uma carreira tida como promissora. Apostaria rumar à Bélgica, ao Standard de Liége, onde nem sequer se estreou, levado a que regressasse a Portugal.
A partir desse momento, seria a tentativa de resgatar uma carreira que parecia estar a andar na direcção oposta ao que se vaticinava. Deste modo, reentraria no nosso país pelas portas do Moreirense, então, na Segunda Liga, onde não foi feliz, saltando daí para o Juventude de Évora. Seria o início de um percurso nómada que envolveu o Juventude de Évora, Tourizense, Vizela, Santa Clara, Penafiel e Trofense.
Até que em 2020/21 chegou ao Pevidém no Campeonato de Portugal. Seria nos Cavaleiros de São Jorge que haveria de estabilizar, estando já a cumprir a sexta temporada no clube. Indiscutível para as equipas técnicas que o orientaram, já festejou uma subida à Liga 3, quase foi protagonista do impossível quando a equipa esteve a um passo dos escalões profissionais, e chorou as descidas que fazem o clube, actualmente, disputar o Pro-Nacional da AF Braga. Não obstante isso, foram 126 partidas nos pevidenses... tão perto daquela Academia onde todos perceberam que aquele menino vindo de Loures tinha uma qualidade que o fazia merecer o nome de Ronaldo.