O QUE EU ANDEI PARA CHEGAR AQUI - IX LUCAS KLYSMAN

Era o goleador prometido e que os vitorianos aspiravam há anos...

Pelo menos, assim, parecia ser. Lucas Klysman até no nome parecia estar destinado ao êxito, ao relembrar o lendário Jurgen Klinsmann, como o próprio reconheceu em entrevista ao Mais Futebol de 21 de Março de 2017, ao dizer que "eu nasci em 1990 e a Alemanha foi campeã do mundo nesse ano. O meu pai gostava dessa equipa e do Klinsmann e colocou-me esse nome, mas depois escreveu como gostava."

Por isso, aquele menino que aos 8 anos, por decisão paterna, trocou o Niterói por Portugal e que só sentiu dificuldades com o frio, começou logo a dar nas vistas com a bola nos pés, ao ponto de aos 11 anos já marcar golos de Rei ao peito.

Assim, seria até aos seniores, integrando uma geração da qual faziam parte nomes como Diogo Lamelas, Feliz ou Jussane e outras promessas que se ficaram só por isso, mas que quase conquistaram um campeonato nacional de juvenis.

Mas, ao contrário destes, Lucas mereceria uma oportunidade na equipa sénior. Na verdade, jamais poderá esquecer aquele dia 08 de Dezembro de 2008, quando Manuel Cajuda, com a partida empatada frente ao Leixões, e sem o aríete desse época, Douglas, ausente por lesão, lançou-o a doze minutos do final para assistir Fajardo para o golo do triunfo vitoriano.

Pensou-se que seria o descolar para uma carreira fulgurante, capaz de fazer balançar as malhas contrárias de Rei ao peito por muitas vezes. Não seria, assim, contudo! Apesar de utilizado mais duas vezes na equipa principal vitoriana, no final da temporada seria emprestado ao Serzedelo, começando uma trajecto verdadeiramente nómada no mundo do futebol.

Atentemos: depois do Serzedelo, seguiram-se Naval, Juventude de Évora, Mondinense, Oliveira do Hospital, Vilaverdense, um regresso ao Oliveira do Hospital, Vianense, Oliveira de Frades, Lusitânia de Vila Real de Santo António, para apostar, de seguida, pela primeira vez, numa aventura no estrangeiro nos suíços do FC Dardania. Quase de imediato, regressaria ao nosso país pela porta do Lusitano de Vildemoinhos, onde para além de alguma estabilidade ao actuar na equipa do distrito de Viseu durante três épocas, teve o seu exercício mais prolífico a nível de golos, com uma dezena apontada na temporada de 2017/18. Seguir-se-iam Loures e Torreense, para voltar à Suíça e tentar a sorte FC United Zurich e no Zurich City SC, clubes amadores no país e cujo o último registo de Lucas data da temporada transacta.

Como o próprio reconheceu na entrevista consultada, "Estive para deixar de jogar futebol, sinceramente. Fiquei com salários em atraso em vários dos clubes por onde passei. Tentei a Suíça, mas os vistos nunca chegaram e tive de voltar. Já tenho cara de cigano embora seja brasileiro (risos), mas de facto percorri o país inteiro. Nunca tive medo de arriscar, quando não me sentia realizado saia, daí estes clubes todos"

,Uma longa viagem sempre com Guimarães que o acolheu menino no coração, pois, "Se tivesse ficado em Guimarães estava lá ainda hoje...", mas o futebol, verdadeira metáfora da vida, nem sempre nos dá aquilo que desejamos....

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