Estávamos a meio da temporada de 2018/19.
Uma temporada em que o Vitória, orientado por Luís Castro, andou até ao seu final a lutar pelo objectivo europeu, conquistando-o nos derradeiros jogos desse exercício.
Porém, ainda antes desse momento feliz, suplantando a vizinho Moreirense sobre a linha de meta, a bomba estouraria. O Vitória contratara o guardião brasileiro Jhonatan, que dera nas vistas nos Cónegos e que, supostamente estava em final de contrato com estes. A confirmar a esperança que a administração liderada por Júlio Mendes colocava na sua contratação, o facto de ter aposto no contrato do jogador uma cláusula de rescisão de 15 milhões de euros.
Todavia, tal aquisição foi rodeada de forte polémica. Desde logo, pelo facto de o guarda-redes ter de enfrentar um longo período de recuperação, pois, um mês antes, houvera partido o seu braço esquerdo, num jogo frente ao Marítimo, após um choque com o seu colega de equipa, Ivanildo Fernandes. Como escreveu o portal Guimarães Digital de 11 de Março de 2019, "A equipa médica dos ‘cónegos’ detectou no imediato a gravidade da lesão, pelo que o jogador teve de ser encaminhado para o hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, onde realizou exames complementares, que confirmaram a fractura."
Porém, como referimos, nem isso impediu o Vitória de avançar para a sua contratação, o que gerou forte indignação no clube vizinho, que, como escrevia o jornal Mais Guimarães "O Moreirense pretende ativar a cláusula de opção por Jhonatan, pelo menos por mais uma época." Por isso, em comunicado, prometia, "lançar mão de todos os mecanismos" ao seu dispor para "acautelar os direitos e ver ressarcidos todos os prejuízos causados.", lamentando o sucedido pois "Moreirenses e vitorianos são, uns e outros, vimaranenses e representam com orgulho o concelho a que pertencem. As relações institucionais não são uma estrada de sentido único, antes sim são relações bilaterais, que não se apagam quando as sociedades desportivas lutam pelo mesmo objetivo no campeonato".
Como sua defesa, o jogador e o seu representante alegavam que "o jogador recebeu a carta do Moreirense a dar conta da ativação da cláusula de opção, mas enviou uma carta ao clube e outra à Liga de clubes a dizer que não queria continuar e que o seu contrato termina no final da presente época." Ora, segundo este entendimento, “a cláusula de opção de renovação que ele tem não é válida”, porque, no seu entender, “pressupõe um acordo com o jogador, que não foi alcançado."
Por isso, o guarda-redes, apesar de lesionado, chegaria ao Vitória, para continuar a sua convalescença, enquanto o seu anterior clube " pediu à Câmara de Disputas da FIFA o reconhecimento da validade e eficácia do contrato», e garante mesmo que, se Jhonatan venha a ser contratado por outro emblema, vai reivindicar a cláusula de rescisão de 1,5 milhões de euros, para além do acionamento das demais providências que se considerem necessárias."
Neste órgão, o Vitória seria condenado ao pagamento de uma quantia simbólica para ressarcimento do Moreirense. Quanto a Jonathan jamais jogaria pela equipa principal dos Conquistadores, pois, quando recuperado, iria merecer uma oportunidade dada pelo treinador Ivo Vieira, na penúltima jornada da Liga 19/20. Sentiria, contudo, um desconforto muscular no período de aquecimento e teria de ser substituído por Douglas.
Jogaria duas partidas na equipa B no ano subsequente, para, posteriormente, ser cedido a título de empréstimo ao Rio Ave...sem nunca se ter estreado na equipa principal vitoriana, apesar da polémica!