Cafú será sempre uma das grandes referências do vitorianismo pelo modo apaixonado como, ainda hoje, se refere ao Vitória.
O seu sonho começou a ser cumprido, ainda, menino, como reconheceu em entrevista ao Jornal Expresso de 17 de Julho de 2021. Assim, como reconheceu, sempre foi adepto do Vitória, pois "É a equipa da cidade, a equipa da terra, é o maior clube de Guimarães e é muito raro gente que seja natural de Guimarães ser de outro clube."
Um amor tão grande desencadeado pelo gosto natural de qualquer criança pela bola, alimentada pelo facto do seu pai ter sido jogador em escalões inferiores do futebol português e pelo facto de "com cinco, seis anos já jogava futsal. Cresci ao lado de um ringue, que estava a 100 metros da minha casa. O meu passatempo era estar no ringue a jogar à bola, todos os dias, com os meus colegas. E quando não era no ringue, era na rua. Nesse ringue jogava a minha equipa do centro social lá da freguesia, pela qual joguei futsal federado, dos seis aos 10 anos. Aos dez anos é que vou para o futebol sete para as Taipas, uma vila ao lado. E fiquei lá no Taipas."
Porém, o seu coração ansiava por outro passo. Um passo que foi dado após um torneio concelhio em que "O Vitória era a melhor equipa do campeonato e nós a segunda. Também tínhamos muito boa equipa lá no Taipas e os jogos mais equilibrados e onde tu te valorizavas mais era contra o Vitória." Assim, o jovem Carlos, cuja alcunha ganhou à custa do irmão, resolveu aproveitar a oportunidade para dar nas vistas, para seduzir o seu grande amor e dali sair um casamento, quem sabe para a vida.
Deste modo, "foi a dar nas vistas contra eles, a fazer golos, a fazer assistências, os jogos a correr bem", de modo que o treinador vitoriano, seduzido pelo talento do menino, abordou-o "Para o ano tens de vir para o Vitória." Cafú prometeria falar com a mãe para tal ocorrer, mas teria de esperar. Só no ano seguinte, já com dez anos, tal promessa se haveria de concretizar. Jogaria de Rei ao peito até aos 14 anos, altura em que rumou ao Benfica, sem nunca esquecer, nem deixar para trás o seu vitorianismo, até regressar ao emblema que sempre amou... mas, isso será outra história!