Tinham sido onze anos que dele fizeram uma das maiores estrelas vitorianas entre os anos 30 e 40 do século passado.
Zeferino Duarte, que chegou ao Vitória no exercício de 1935, a troco de 500$00 mensais, quando no FC Porto que o lançara auferia, apenas, 200$00, além do mais tornou-se numa das imagens de marca do conjunto Conquistador, com o seu inseparável gorro na cabeça e que, segundo ele, quando não o usava, tal era conducente ao seu infortúnio... mas também da equipa.
Assim, quando se despediu do futebol jogador em 1946, numa temporada em que sob o comando do treinador húngaro, Alexandre Peics, apenas actuou numa partida teve, como escreveu o Notícias de Guimarães, de 07 de Julho de 1946, uma "Merecida Homenagem a um Desportista."
Esta consistiu "num jogo de futebol, em que se defrontaram o Vitória e o F.C. do Porto", no fundo os dois clubes do valoroso jogador, " e cujo resultado foi favorável aos vimaranenses por 4-2.. De uma tarde de festa, ressaltou, apenas, um lamento. Falamos da "... tarde verdadeiramente canicular que se apresentou não permitiu que todos os admiradores do homenageado ali pudessem comparecer, embora em espírito nenhum tivesse faltado."
As comemorações continuariam à noite em que o jogador reuniu "em jantar de confraternização os seus companheiros de equipe, acto que deu motivo à troca de vários brindes da exaltação da personalidade daquele jogador", que haveria de continuar ligado ao Vitória como treinador das camadas jovens, destacando-se no seu curriculum o título de campeão distrital de juniores de 1959, num conjunto onde pontificava o promissor Pedras.
Como escreveu o jornal consultado, "Zeferino Duarte enquanto ocupou o seu posto no primeiro team do Vitória - e fê-lo durante muitos anos - sempre se revelou um jogador com verdadeiro apego à luta e cheio de intuição, creditando-se como um sólido valor. Na sua longa carreira defrontou muitas vezes as mais categorizadas equipes nacionais e em vários encontros deixou vem vincada a sua forte personalidade de verdadeiro ás do futebol regional." Um ás que, ainda, hoje, quando viajamos pelas equipas do futebol vitoriano de então, nos deixa perplexos pela sua imagem ousada.
Outros tempos...