Estávamos em pleno campeonato de 1945/46...
O Vitória, treinado pelo húngaro Alexandre Peics, crónico campeão distrital, deslocava-se a casa do Sporting, num terreno onde, até à data, nunca havia vencido. E naquele dia 31 de Março de 1946 perspectivava-se que tal realidade continuasse a suceder, pois a equipa até aquela data ainda não tinha sido capaz de triunfar longe da sua nova casa, a Amorosa.
Todavia, como escreveu a Revista Stadium de 03 de Abril desse ano, "a surpresa do dia: a derrota do Sporting." Com efeito, apesar do Vitória encontrar-se desfalcado de José Maria e de Franklim, dois dos seus mais influentes atletas, actuou a grande nível, levando a que jornais, como o Diário Popular, considerassem que "foi, portanto, merecida a vitória dos visitantes."
Vitória, essa, conseguida com Alexandre, Brioso e Arlindo a contraporem-se aos tentos leoninas de Jesus Correia e de Peyroteo e que levava a referida Stadium a considerar que "O Sporting, batido no seu próprio lar, sofre as consequências do seu desconhecimento da lei de que todos os jogos são difíceis. Quando enunciamos esta regra, vemos por vezes rostos irónicos ao nosso redor. mas a verdade é que os acontecimentos cada vez nos dão mais razão."
A ajudar a isso, "com a divulgação das modernas tácticas, os grupos aproximam-se uns dos outros, não havendo entre eles a diferença necessária e suficiente para se dizer que, numa tarde de má de um e boa de outro, o resultado não será diferente do que se pressupõe." Tanto assim era, que os Conquistadores conseguiam o mais belo resultado de uma campanha que haveria de findar com a obtenção de um oitavo posto...