COMO CAJUDA, COM A AJUDA DE OTACÍLIO, DEU A VOLTA A UM TEXTO QUE PARECIA ENCAMINHADO PARA UM EPÍLOGO INFELIZ...E QUE ACABARIA EM APOTEOSE!

Era o ano da caminhada no inferno do segundo escalão...

Uma caminhada terrível com inúmeros percalços que levou mesmo a que o treinador, Norton de Matos, abandonasse o cargo, sendo substituído por Manuel Cajuda.

Manuel Cajuda, esse, que teria um início digno de...um filme de terror! Bastará dizer que nos três primeiros jogos em que dirigiu os Conquistadores perdeu na sua terra natal, em Olhão, em Vizela e empatou, em casa, frente ao Varzim, ficando bastante longe dos lugares que permitiam o regresso do Rei ao seu habitat natural.

Seguia-se a 18 de Fevereiro de 2007, o jogo em Penafiel que a equipa teria de vencer para alimentar as já ténues esperanças de escalar na tabela classificativa, numa altura em que estava na décima posição entre dezasseis participantes do campeonato secundário português e a nove pontos do Feirense que, por esses dias, ocupava o último lugar de promoção.

Por isso, para grandes males, grandes remédios, terá pensado o timoneiro algarvio, marinheiro de muitas tempestades e sempre disposto a seduzir os seus atletas, convencendo-os do impossível, através do aspecto psicológico. Para isso suceder, iria precisar do seu capitão, o experimentado Otacílio, contratado a meio da temporada anterior e que se manteve na equipa após esta ter caído na Liga Vitalis, e capaz de levar a cabo uma missão... secreta e de complexidade inegável.

Assim, em conjunto com o departamento de comunicação do clube, pediu-lhes que fossem a casa dos demais colegas de equipa, sem que estes soubessem, para gravar mensagens de apoio das respectivas famílias. O vídeo, esse, seria mantido no segredo dos deuses... até ao momento tido por Cajuda como primordial para o efeito pretendido.

Deste modo, depois de mandar a equipa aquecer no relvado do 25 de Abril penafidelense e soltar as últimas palavras da palestra, atirou para o ar: agora, tenho aqui um vídeo que quero que prestem atenção. Nele, as famílias dos jogadores demonstravam acreditar neles e na missão que tinham pela frente e que passava por resgatar o Vitória. Entre gritos e lágrimas prometeram tudo fazer para inverter a situação melindrosa.

Deste modo, a equipa composta por Nilson; Sereno, Danilo, Franco, Momha; Flávio Meireles, Otacílio, Desmarets; Tchomogo, Henrique e Brasiília, inspirada pelo apoio daqueles que tudo faziam para os ver felizes, como escreveu o Notícias de Guimarães de 23 de Fevereiro de 2007, "quebrou um longo jejum de quatro jogos sem vencer, depois de 415 minutos sem marcar." O golo de Momha e o autogolo do central vimaranense a actuar no adversário, Nuno Mendes, reabriam a esperança dos Conquistadores.

O resto seria história com uma imparável cavalgada de 14 partidas sem conhecer a derrota e que teria o seu apogeu com o triunfo em Gondomar... mas tudo terá começado na argúcia de Cajuda que, com um vídeo, deu a volta ao espírito dos seus "Conquistadores"!

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