Aquela temporada de 1988/89 não começara bem, com a equipa treinada por Geninho a não conseguir triunfar em qualquer uma das cinco partidas do campeonato nacional e a ser eliminada pelos, então, holandeses do Roda na primeira eliminatória da Taças das Taças.
Fruto disso, soaram todas as sirenes de alarme no Vitória, algo que foi sendo atenuado com a equipa a entrar numa rota que se acreditava que jamais se iria desviar, somando triunfos e ganhando pontos. Com efeito, nas 20 partidas seguintes, o Vitória, apenas, perdeu três, e venceu a Supertaça Cândido Oliveira, fazendo crer que a temporada iria ter um final feliz.
Assim não seria, mas, nessa caminhada, entre alguns jogos, merecerá destaque o triunfo em casa do sempre rival Boavista, que como escrevia o Notícias de Guimarães de 25 de Novembro de 1988, " Que vitória - Vitória!"
Na verdade, o conjunto composto por Neno; Nando, Bené, Germano, Nascimento; Carvalho, N'Dinga, René; Chiquinho, João Baptista e Silvinho, em dia do 66º aniversário do clube, numa altura em que o mesmo não se festejava em Setembro, conseguiriam o primeiro triunfo longe de portas, sendo que, por isso se considerava, que "...foi, sem dúvida, a melhor prenda que os profissionais puderam oferecer ao seu clube, dirigentes e associados. "
Um presente "de mãos dadas com a chuva", numa tarde em que Silvinho, logo aos 13 minutos, fez vibrar os muitos vitorianos que naquele Domingo ao fim da tarde rumaram ao Porto. Porém, para no final os dois pontos viajassem com os Conquistadores, o grande herói seria o keeper Neno, que a referida publicação considerava que "deu espectáculo", sendo "fenomenal, portentoso, extraordinário, estes e outros objectivos ouvimos classificar a grande exibição do guarda-redes do Vitória.” Numa exibição quase perfeita, só teria um falhanço, no seu ponto mais débil que eram as saídas dos postes, sendo esse lapso remediado pelo lateral Nando que evitou o empate axadrezado.
O Vitória acabaria por vencer com sofrimento, acabando a partida com "todos os jogadores abraçados festejando o bom espectáculo que proporcionaram." Tudo parecia andar sobre rodas, mas a segunda volta haveria de ressuscitar os fantasmas iniciais e Geninho nem haveria de acabar a temporada... mas isso será outra história!