Quando chegou ao Vitória, no início da temporada de 2019/20, já tinha vivido várias aventuras no futebol brasileiro e europeu. Neste último, em Itália na Udinese, na Grécia no Panathinaikos, em Portugal no Estoril e em França no Nantes.
Era, pois, um médio de cartel, cujos bons dotes técnicos e acurada visão de jogo haviam sido facilmente aquilatados, o que levou, como o próprio confessou em entrevista ao Mais Futebol de 15 de Novembro de 1999, que "Desde o início da janela de transferências tive contacto com o Miguel [Pinto Lisboa], que me falou do interesse e dessa possibilidade. Fiquei muito empolgado, por mim tinha vindo no começo da época. Só que os clubes não entraram em acordo. Cheguei a um certo ponto que até fiquei sem esperança de voltar a Portugal, mas no final foi tudo muito rápido, o meu empresário disse-me que as negociações deram certo com o Vitória, fiz logo as malas."
Assim, Lucas estrear-se-ia de Rei ao peito na quarta jornada do campeonato, no Dragão, num jogo decidido pela expulsão do defesa central Tapsoba logo aos 30 segundos, numa polémica resolução tomada pelo juiz Carlos Xistra.
Seria o primeiro de trinta desafios de Rei ao peito, com, apenas, um golo marcado frente ao Tondela, numa contenda que findou com um êxito vitoriano por três bolas a uma.
Contudo, esses bons indicadores ir-se-iam ao pouco esfumando. Ainda que dotado de bons recursos técnicos, Lucas seria um pouco o retrato da equipa nesse ano: vistoso, mas inconsequente, esteticamente belo, mas pouco compensador no tocante a resultados, ainda que o próprio admitisse que “Tenho muita coisa a aprender com o Ivo [Vieira] e com os meus companheiros de equipa, procurar crescer, tanto fisicamente como tecnicamente. Se o Vitória conseguir bons resultados, não só eu como muitos outros jogadores vão sobressair."
Não seria, contudo, assim. Numa temporada marcada pela pandemia, em que o campeonato esteve interrompido quase três meses, Lucas, ainda haveria de levar o Rei ao peito no reinício da prova, num D. Afonso Henriques deserto, frente ao Sporting. Seria Sol de pouca dura, pois três jornadas depois, após a derrota por três bolas a duas no derby minhoto, não mais vestiria a camisola vitoriana.
Oficialmente, segundo o jornal Record, pelo facto do clube não pretender tornar em aquisição definitiva o empréstimo que houvera acordado com o Nantes, algo reforçado pelo portal Guimarães Digital que garantia que o jogador "já não sentia a mesma motivação para continuar em Guimarães por não ser opção recorrente para Ivo Vieira.", chegando mesmo a ter entrado em conflito com este durante um treino, abandonando-o, segundo algumas vozes indiscretas na altura.
Regressaria ao Brasil para abraçar o projecto emergente do Red Bull Bragantino até à última semana. Na verdade, depois de várias temporadas de bom nível no "Massa Bruta" de Bragança Paulista, comprometeu-se com o Palmeiras, que ambiciona resgatar o título brasileiro, perdido para o Botafogo, e fazer bela figura no Campeonato Mundial de Clubes, levando a que, como relatou à TV Palmeiras "Quando aconteceu, chorei de alegria. Foi se desenhando e, graças a Deus, deu certo… "
A estreia, essa, ocorrerá na jornada inaugural do Brasileirão, perante o campeão em título, o Botafogo. Nada mal...