A primeira volta da temporada de 1989/90 foi absolutamente exuberante. Com efeito, os Conquistadores treinados por Paulo Autuori depois de terem sido derrotados logo na 1ª jornada do campeonato em casa do Sporting, não mais haveriam de perder nessa primeira fase do campeonato.
Aliás, só haveriam de voltar a sentir o sabor da derrota na 2ª jornada da segunda volta da prova, em casa do Benfica, numa partida em que Neno, uma das grandes figuras da equipa, não pôde dar o seu contributo, em virtude de ter-se lesionado na partida anterior, em casa frente ao Sporting.
Por isso, aquele jogo contra o Marítimo, orientado pelo vimaranense de adopção, Ferreira da Costa, era tido como primordial para os Conquistadores não descarrilarem dos lugares mais altos da tabela, dos sonhos de êxito mais ousados. Assim, naquele dia 18 de Fevereiro de 1990, a alinhar com Sérgio; Germano, William, Bené; Nando, Soeiro, N'Dinga, João Baptista, Roldão; Caio Júnior e Chiquinho esperava-se que o perfume da primeira volta aliado aos bons resultados fosse recuperado.
Porém, tal seria uma mera quimera, pois como escreveu o jornal Povo de Guimarães desse mês e ano, "a equipa vitoriana não foi capaz de dar a volta à formação madeirense, pois esta montou uma teia que não deu grandes chances à equipa de Autuori."
Assim, decorreria quase a totalidade do jogo, sendo que na parte final deste o coração já mandava mais do que a cabeça. Até que como escreveu o Notícias de Guimarães de 23 de Fevereiro "... Silvinho dentro da área, e não temos dúvidas, foi agarrado quando tentava chegar à bola e enviá-la para o fundo das redes..." Contudo, como escrevia o mesmo periódico "... mas Soares Dias para não variar...", algo que era corroborado pelo Povo de Guimarães que dizia que "...o árbitro do encontro Soares Dias não marcou uma grande penalidade que só ele não quis ver."
Atendendo a esse facto, "Pimenta Machado estava muito aborrecido com o árbitro do jogo e o vídeo que está no Municipal confirmou-nos que o dirigente minhoto tinha razão." Ainda muito antes de Artur, o Vitória sofria na pele com os critérios (ou da falta deles!) da família Soares Dias...