COMO O VITÓRIA, AO CONTRÁRIO DA MAIORIA DOS CLUBES PORTUGUESES, POUCO SE PREOCUPOU COM O PLANO MATEUS...

Estávamos nos últimos meses de 1996...

O governo socialista de António Guterres dava os seus primeiros passos e nas finanças contava com Augusto Mateus. Primeiro como secretário de estado do ministro das Finanças, Daniel Bessa, e depois como ministro, procurou gizar um plano que fizesse superar o país de diversos choques económicos, que haviam deixado as empresas em situação difícil. Estes poderiam ser especificados pela entrada em vigor do mercado único, a adesão ao mecanismo europeu de taxas de câmbio e a reunificação das duas Alemanhas, bem como às políticas de desvalorização cambial, que levaram a pressões acrescidas em economias débeis e empresas pouco competitivas como as portuguesas.

Surgiria assim um plano de regularização de dívidas à Segurança Social e à Autoridade Tributária que tinha como grande vantagem o facto de permitir que os contribuintes com dívidas a estas entidades pudessem regularizar a sua situação, durante um período de tempo alargado, que podia ir até um máximo de 150 prestações mensais, bem como possibilitar a redução de algumas dívidas.

Ora, atendendo a estas vantagens quase todos os clubes de futebol optaram por recorrer a esta possibilidade à excepção de dois: o Campomaiorense e o Vitória que, como escrevia o jornal Povo de Guimarães de 24 de Janeiro de 1997, "..são os clubes que não têm de se preocupar com os débitos ao fisco e à Segurança Social."

Assim, para confirmar a sua situação, "... o clube vimaranense já solicitou ao fisco um conhecimento sobre a sua situação ao nível deste problema que tanto aflige os demais que com ele emparceiram nos nacionais da Divisão Maior e da Divisão de Honra."

Por isso, mesmo ainda antes de se conhecer a resposta das entidades competentes, afirmava-se que "... os responsáveis vitorianos, pode-se dizer dormem sossegados."

Porém, apesar desta tranquila situação, havia algo capaz de preocupar as contas vitorianas e que se atinha na cobrança do IVA dos jogadores Pedro Barbosa e Pedro Martins para o Sporting e de Paulo Bento e Dimas para o Benfica. "Mas, neste caso mesmo, não terá certamente nada a pagar. Aquilo que terá de fazer é cobrar do Benfica e do Sporting as importâncias que são devidas relativamente às transferências daqueles seus jogadores para estes dois clubes." Assim, devia "... adiantar a massa e esperar que os dois grandes se cheguem com aquilo a que a lei os obrigue..:"

Marcava-se assim a diferença para a quase totalidade dos emblemas nacionais...

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